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Sem suporte neonatal, hospital usa garrafas como máscaras

De acordo com a secretaria, "as circunstâncias do atendimento estão sendo apuradas, para as medidas cabíveis, além das providências imediatas já adotadas


	Saúde em estado de calamidade: de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, "as circunstâncias do atendimento estão sendo apuradas, para as medidas cabíveis, além das providências imediatas já adotadas
 (Jean-Sebastien Evrard/AFP)

Saúde em estado de calamidade: de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, "as circunstâncias do atendimento estão sendo apuradas, para as medidas cabíveis, além das providências imediatas já adotadas (Jean-Sebastien Evrard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2016 às 11h09.

Manaus - Uma recém-nascida morreu e outro bebê está internado após o Hospital do Município de Jutaí, a 751 quilômetros de Manaus, improvisar garrafas pet como máscaras de oxigênio.

Filhos da dona de casa Francisca Neres, de 20 anos, o casal de gêmeos nasceu prematuro, à 1 hora da última quinta-feira, 28. Sem o devido suporte neonatal, a menina morreu 10 horas após o parto.

O menino Gabriel sobreviveu e teve alta do hospital no domingo, 31, mas retornou durante a noite e foi internado. Na tarde de segunda-feira, o bebê foi transportado para Manaus por meio de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea.

Na capital, ele foi encaminhado à Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais da Maternidade Ana Braga.

Irmão de Francisca, o cabeleireiro Raimundo Neres, de 23 anos, que reside na capital, informou que a mãe estava preocupada com a saúde do menino.

"Ele passou mal no domingo e todos ficaram desesperados para trazê-lo a Manaus. Deram alta para a criança e, depois, querem colocar a culpa na família", protestou o tio das vítimas.

Acionada pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam), ainda no fim de semana, a direção do Hospital de Jutaí informou que "os gêmeos nasceram de 7 meses e que a menina tinha um quadro pulmonar mais debilitado. Mesmo tendo sido submetida aos mesmos procedimentos que o irmão, ela não resistiu por causa do quadro de infecção respiratória aguda de etiologia alveolar, ocasionada por síndrome de membrana hialina, principal complicação de prematuridade".

A direção destacou ainda que "a falta da máscara de venturi - que não estava disponível na unidade e que foi substituída pelo material improvisado de garrafa PET - não teria contribuído para o óbito do bebê".

De acordo com a secretaria, "as circunstâncias do atendimento estão sendo apuradas, para as medidas cabíveis, além das providências imediatas já adotadas". A Susam informou ainda que o médico que realizou o procedimento é contratado pela prefeitura de Jutaí.

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