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Conselho Veterinário: executar animais em Brumadinho foi decisão técnica

"Realizar a eutanásia é uma decisão difícil para os veterinários, que escolheram a profissão por amor aos animais", diz CFMV após críticas nas redes sociais

Vaca tenta sair da lama em Córrego do Feijão, perto da cidade de Brumadinho, um dia após o colapso de uma represa em uma mina minha pertencente à gigante da mineração brasileira Vale. (Foto de Pedro Vilela / Getty Images) (Pedro Vilela/Getty Images)

Vaca tenta sair da lama em Córrego do Feijão, perto da cidade de Brumadinho, um dia após o colapso de uma represa em uma mina minha pertencente à gigante da mineração brasileira Vale. (Foto de Pedro Vilela / Getty Images) (Pedro Vilela/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 15h53.

Última atualização em 30 de janeiro de 2019 às 15h56.

São Paulo - Após a queda da barragem em Brumadinho (MG), além da triste realidade das vítimas e familiares da tragédia, diversos animais morreram ou ficaram à deriva em meio à lama que cobriu a região.

Nesta terça-feira, 29, animais em área de risco foram mortos por agentes na região. A apresentadora Luisa Mell publicou, nas redes sociais, um vídeo criticando a situação. "Não há eutanásia em cima de um helicóptero, atirando, isso é assassinato", declarou.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), uma vaca e um cavalo, que estavam atolados há quatro dias em um local de difícil acesso, tiveram de ser abatidos por meio de rifle sanitário nesta segunda-feira, 28.

Os animais estavam em um lugar sem condições de segurança para serem içados, presos em uma área de risco aos socorristas e sem possibilidade de acesso para intervenção de outra técnica de eutanásia.

Ainda de acordo com o CFMV, com base na resolução nº 1000/2012, a decisão da equipe envolvida foi estritamente técnica, uma vez que os animais já estavam debilitados, desidratados e em sofrimento.

A eutanásia animal pode ser indicada quando o "bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos".

Em nota, o Conselho Federal de Medicina Veterinária explica que a escolha do método dependerá da espécie envolvida, da idade e do estado fisiológico dos animais, bem como dos meios disponíveis para a contenção.

O CFMV reitera que o momento é delicado e que requer uma deliberação profissional complexa, envolvendo preceitos técnicos e éticos. "Realizar a eutanásia é uma decisão difícil para os veterinários, que escolheram a profissão por amor aos animais".

A equipe do CFMV de Minas Gerais que está em Brumadinho atuou no resgate em 2015, após o rompimento da barragem em Mariana. Até esta quarta-feira, 30, 36 animais foram salvos em Brumadinho. Segundo a Brigada Animal, eles foram encaminhados para uma fazenda, onde passam por triagem e recebem os primeiros tratamentos.

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