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Senado convoca ministro do Turismo para explicar sobre candidatas-laranja

O ministro Marcelo Álvaro Antônio prestará esclarecimentos sobre a suspeita de candidaturas-laranjas no PSL nas eleições de 2018

PSL: o ministro irá no Senado no dia 22 de outubro (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

PSL: o ministro irá no Senado no dia 22 de outubro (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 14h29.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 17h13.

Brasília — A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado aprovou no início da tarde desta terça-feira um requerimento de convocação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para esclarecer ao colegiado no dia 22 sobre suspeitas de candidaturas-laranjas no PSL nas eleições de do ano passado.

O pedido de convocação do ministro foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo o senador, em três ocasiões o titular do Turismo não compareceu a convites do colegiado para prestar esclarecimentos. Agora, por se tratar de convocação, é obrigado por lei a ir à comissão.

Originalmente, Randolfe queria que Álvaro Antônio prestasse esclarecimentos sobre a prisão de um assessor especial dele no ministério, de um membro do PSL de Minas e de um ex-assessor em razão de suspeitas de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas laranjas.

Contudo, a pressão pela vinda do ministro aumentou após ele ter sido denunciado pelo Ministério Público de Minas na sexta-feira passada no episódio, após ter sido indiciado pela Polícia Federal.

Entenda o caso

A decisão desta manhã faz parte de um inquérito que apura um esquema de laranjas no partido, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, em fevereiro.

Segundo investigação do veículo, nas eleições do ano passado, o comando nacional do PSL repassou 279 mil reais para financiar a candidatura das quatro candidatas mulheres do partido que tiveram um desempenho insignificante na eleição.

Logo depois do repasse, ao menos 85 mil reais foram parar oficialmente na conta de quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro.

Como presidente do PSL mineiro, Álvaro Antônio tinha o poder de escolher as candidaturas e também de destinar o dinheiro necessário para o desenvolvimento das campanhas.

Desde então, a permanência do ministro do Turismo no cargo tem sido cada vez mais questionada. O governo, no entanto, nega que ele será demitido.

Nas últimas vezes em que se pronunciou sobre o caso, o presidente Bolsonaro afirmou que é preciso esperar a conclusão das investigações pelas autoridades. “Só com acusação não vale”, afirmou em uma das ocasiões.

Em abril, novas revelações trouxeram mais complexidade às investigações, quando a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) denunciou que o ministro a ameaçou de morte durante uma reunião no fim de março.

A parlamentar prestou depoimento espontâneo à PF explicando o esquema de candidaturas, que ela confirma ter sido comandado por Álvaro Antônio.

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