Com Datafolha e avaliação médica de Bolsonaro, 2º turno começa para valer
Pergunta de um milhão de dólares é: cenário a ser mostrado hoje pela pesquisa será perto do definitivo, ou haverá espaço para migração de votos?
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2018 às 06h17.
Última atualização em 10 de outubro de 2018 às 07h26.
O Datafolha abre nesta quarta-feira a série de pesquisas sobre as intenções de voto no segundo turno das eleições presidenciais. A divulgação será às 19h. Assim como outros institutos, o Datafolha abre o segundo turno pressionado.
A onda de votos favoráveis a Jair Bolsonaro (PSL) e a seus aliados na reta final do primeiro turno, impulsionada por correntes de WhatsApp, fez com que os cenários mudassem rapidamente na eleição nacional e também nos estados. Os institutos não previram, por exemplo, a ascensão meteórica de Wilson Witzel (PSC) no Rio, nem de Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais. Em artigo divulgado ontem, na Folha de S. Paulo, Mauro Paulino e Alessandro Janoni, diretores do Datafolha, afirmam que o instituto sempre enfatizou “a taxa recorde de volatilidade do voto” e “descreveu potenciais de migração para os candidatos que polarizavam a disputa”.
“As candidaturas de Bolsonaro e Haddad se retroalimentavam, num processo contínuo de ação e reação tanto de seus detratores quanto de seus entusiastas”, afirmam.
Para o segundo turno, a pergunta de um milhão de dólares é se o cenário a ser mostrado hoje pelo Datafolha já será perto do definitivo, ou se haverá espaço para migração de votos mesmo numa eleição tão polarizada. Eventos para isso não faltam. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão, com espaço igual para Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), começa nesta sexta-feira. Bolsonaro é um novato neste campo, enquanto o PT é expert em segundos turnos — mas nunca precisou disputar uma eleição em que a TV teve tão pouca importância.
A série de debates eleitorais começa, na teoria, amanhã, na TV Bandeirantes, às 22h. Depois, a agenda prevê mais cinco debates, terminando na Globo no dia 26. A dúvida é se Bolsonaro irá participar. Em entrevista na segunda-feira, ele afirmou que pretende ir aos debates desde que seja liberado por uma junta médica do Hospital Albert Einstein, que deve definir a situação nesta quarta-feira.
Se for liberado pelos médicos, Bolsonaro também pretende voltar a viajar, com foco no Nordeste, única região onde perdeu para Haddad no primeiro turno — 26%, ante 50% do adversário. A intensa agenda de propagandas no rádio e na TV, por sua vez, deve fazer com que os dois adversários dediquem mais tempo a suas bases, gravando os programas.