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Colunista espanhol sugere Nobel da Paz para bombeiros de Brumadinho

"Foram esses bombeiros anônimos, mal pagos, que não hesitaram em arriscar a própria vida para salvar a dos outros", escreveu Juan Arias

Bombeiros: há doze dias, profissionais trabalham exaustivamente no resgate das vítimas (Adriano Machado/Reuters)

Bombeiros: há doze dias, profissionais trabalham exaustivamente no resgate das vítimas (Adriano Machado/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 11h28.

São Paulo — "Esses bombeiros fizeram de suas mãos, mergulhadas na lama mortal, um instrumento de paz e de esperança de poder encontrar vida".

Com essas palavras o colunista Juan Arias, do jornal espanhol El Pais, justifica o motivo pelo qual os bombeiros que atuam em Brumadinho, Minas Gerais, devem ganhar o Nobel da Paz. 

Há doze dias, os profissionais trabalham exaustivamente no resgate das mais de 300 vítimas da tragédia da Vale, que aconteceu no último dia 25, quando uma barragem da mineradora se rompeu.

Em artigo publicado na noite desta segunda-feira (4), Arias diz que esse é o momento propício para o Brasil ganhar um Nobel, algo que seria inédito para o maior país da América do Sul.

"O Brasil nunca ganhou o Nobel em nada. Na América Latina, a Argentina tem cinco, o México três, a Colômbia dois, a Guatemala dois, assim como o Chile, e a Venezuela e o Peru um cada. O Brasil, que é o coração econômico do continente, nunca foi premiado em nenhum campo com o maior galardão do mundo", escreve.

Para o colunista, de 86 anos e que trabalha há 61 anos como jornalista, "foram esses bombeiros anônimos, mal pagos, que não hesitaram em arriscar a própria vida para salvar a dos outros, que nos ofereceram um pouco de oxigênio quando começávamos a desconfiar de tudo e de todos".

Em seu artigo, Arias explica que conceder o Nobel da Paz aos bombeiros seria a melhor metáfora de que o Brasil precisa agora, em um momento em que a oposição política e partidária precisou se transformar em solidariedade às vítimas da tragédia.

"O Nobel para eles engrandeceria o Brasil invisível, fermento de tempos mais brilhantes e menos enlameados que os de hoje", finaliza.

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