(Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de outubro de 2016 às 20h28.
São Paulo - A ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas neste domingo (30) é vista como uma demonstração da total falta de norte e redução de seu calibre político como líder do Partido dos Trabalhadores (PT).
A avaliação é de André César, sócio-diretor da Hold Assessoria Legislativa, para quem Lula perdeu não apenas capital, mas, também, o faro político.
"No primeiro turno, ele havia dito que as pessoas iam se surpreender com o desempenho do PT nas eleições municipais, mas ocorreu o contrário", afirma.
De acordo com fontes, o ex-presidente decidiu não votar no segundo turno das eleições neste domingo como uma forma de protesto ao atual cenário político no Brasil. Para César, essa ausência reflete a realidade do PT, que saiu do total protagonismo para representar um partido nanico.
Cita que, após o primeiro, o PT ficou com cerca de 240 prefeituras ante as 640 que administrava em todo o País. "Principalmente, no chamado cinturão vermelho, que inclui a região do ABC, os candidatos petistas vão perdendo para adversários históricos", complementa.
Na avaliação do cientista político, o PT precisa de 3 'Rs': repensar, refundar e refazer para conseguir reverter o quadro desidratado em que se encontra. "Lideranças petistas, principalmente no Rio Grande do Sul, e que até agora não foram citados pela Lava Jato, como Tarso Genro, clamam por essa mudança."
Dilma
A ex-presidente Dilma Rousseff também não foi votar, pois foi a Belo Horizonte visitar a mãe. Ela mora e vota em Porto Alegre. No entanto, para César, ela já não tinha peso político, não era uma figura de proa e não faz falta no debate político nacional.