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Chioro descarta vacina privada contra dengue por limitações

Além na demora na resposta, o imunizante não é indicado para duas populações consideradas mais vulneráveis para casos graves: idosos e crianças


	Dengue: outras duas vacinas que estão em desenvolvimento - do Instituto Butantã e da Fundação Osvaldo Cruz - seriam mais promissoras
 (sxc.hu)

Dengue: outras duas vacinas que estão em desenvolvimento - do Instituto Butantã e da Fundação Osvaldo Cruz - seriam mais promissoras (sxc.hu)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2015 às 14h44.

Brasília - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que não se sente animado a incorporar a vacina contra dengue desenvolvida pela Sanofi Pasteur. "Não me sinto estimulado. Ela não tem boa capacidade de resposta ao surto", disse, durante audiência pública realizada no Senado.

A produtora da vacina ingressou com pedido de registro do produto em abril. O relatório aponta que ela apresenta uma capacidade de imunização de 62% e de redução de casos graves de 83% depois de três doses de aplicação. Chioro observou que, além na demora na resposta, o imunizante não é indicado para duas populações consideradas mais vulneráveis para casos graves: idosos e crianças.

O ministro salientou que sua opinião sobre a vacina da Sanofi não é a decisão de governo. "Essa é a minha avaliação técnica. Essa vacina tem uma limitação", disse.

Ele lembrou que a análise será feita, no primeiro momento, pela Anvisa e, concedido o registro, pela comissão do Ministério que avalia a incorporação de produtos pelo Sistema Único de Saúde, a Conitec.

Diante dos resultados da Sanofi Pasteur, ele afirma que outras duas vacinas que estão em desenvolvimento - do Instituto Butantã e da Fundação Osvaldo Cruz - seriam mais promissoras.

"Mas não há capacidade de produção a curto prazo. São absolutamente infundadas as afirmações de que haveria possibilidade de fabricar o imunizante para o próximo verão. Isso só desarma a capacidade de mobilização da população e do poder público", completou.

Em nota, a Sanofi Pasteur rebate as declarações do ministro, alegando que o laboratório já concluiu seus testes clínicos e que a vacina tem previsão de lançamento entre o final de 2015 e início de 2016.

Segundo a empresa, o estudo de eficácia realizado na América Latina, inclusive no Brasil, implicou a redução de casos graves, que podem levar ao óbito, em 95,5% e de hospitalizações, em 80,3%.

Além disso, ainda de acordo com a Sanofi Pasteur, estudos científicos mostraram que a vacina necessita de três doses para atingir níveis ideais de anticorpos, com intervalos amplos para garantir uma proteção duradoura e, que a partir da primeira dose, a vacina já demonstra eficácia.

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