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Chanceler russo defende entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU

Além do Brasil, o chanceler Sergey Lavrov defendeu que a Índia e que algum país africano também fossem colocados no conselho

Conselho de Segurança da ONU: o Brasil tem pleiteado a entrada na instituição há anos (Mike Segar/Reuters)

Conselho de Segurança da ONU: o Brasil tem pleiteado a entrada na instituição há anos (Mike Segar/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 09h16.

Nova Déli — O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, pediu nesta quarta-feira (15) uma mudança nas relações internacionais e a inclusão de Brasil, Índia e algum país africano como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

As declarações de Lavrov foram feitas durante a participação no Raisina Dialogue, um fórum político e econômico organizado pelo governo indiano em Nova Délhi, onde o chanceler também se pronunciou contra as "sanções unilaterais" impostas por alguns países potências a outros e contra a construção da ordem mundial baseada na "força bruta".

"Eu diria que a principal deficiência do Conselho de Segurança é a baixa representação dos países em desenvolvimento. Reiteramos a nossa posição de que Índia e Brasil merecem absolutamente estar no Conselho juntamente com um candidato africano", disse o ministro.

 

"Nossa posição é que o objetivo da reforma (do Conselho) é assegurar que os países em desenvolvimento sejam melhor tratados no órgão central das Nações Unidas", acrescentou.

Lavrov especificou que as novas presenças no organismo internacional deveriam ser como membros permanentes, posição atualmente ocupada apenas por cinco países: Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido.

Além disso, mais 10 países são membros temporários do Conselho, incluindo atualmente Bélgica, Alemanha, Indonésia e África do Sul, entre outros. Lavrov enquadrou a reforma do Conselho de Segurança da ONU entre as novas relações diplomáticas do século XXI.

"O século XXI é o tempo em que devemos nos libertar de qualquer método de lidar com as relações internacionais de forma colonial ou neocolonial, e as sanções impostas unilateralmente não vão funcionar, ou seja, não é diplomacia", disse Lavrov, referindo-se às sanções econômicas que alguns países, como os EUA impuseram a outros, como Irã e Rússia.

"Acho que não devemos discutir sobre sanções e meios não diplomáticos quando pensamos sobre o futuro do mundo", argumentou o chanceler.

O ministro russo acrescentou que "a ordem democrática mundial deve ser baseada não no equilíbrio da força bruta, mas construída como um concerto de interesses, modelos de desenvolvimento, culturas (e) tradições".

Lavrov também sugeriu que os países do Golfo Pérsico "pensem em mecanismos de segurança coletiva" e que comecem a "construir confiança" participando conjuntamente em exercícios militares, diante do recente aumento da tensão no Oriente Médio.

Essa tensão ganhou grandes proporções após os EUA assassinarem o general iraniano Qasem Soleimani no Iraque e continuou com o ataque de mísseis do Irã contra bases com a presença de tropas americanas no território iraquiano.

Lavrov disse na terça-feira, durante uma visita ao Sri Lanka antes de participar do fórum indiano, que a Rússia não pretende intervir no conflito, embora tenha descrito o assassinato de Soleimani como um ato fora das regras de comportamento internacional.

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