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CCJ do Senado aprova PEC do voto aberto

A matéria terá de ir para votação no plenário. Se ela for aprovada sem modificações, será promulgada imediatamente

Plenário do Senado: proposta, cujo autor original foi o ex-deputado Fleury Filho, estava pronta para ir à votação em plenário há duas semanas (Waldemir Barreto/Agência Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 14h17.

Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 23, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o voto aberto para todas as modalidades de votação no Poder Legislativo previstas na Constituição. A matéria terá de ir para votação no plenário.

Se ela for aprovada sem modificações, será promulgada imediatamente. A matéria voltou com força à discussão após os protestos de junho e o fato de a Câmara ter livrado, em votação secreta, o mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), preso após condenação do Supremo Tribunal Federal.

A proposta, cujo o autor original foi o ex-deputado Fleury Filho, estava pronta para ir à votação em plenário há duas semanas. Mas com a apresentação de novas emendas, segundo o regimento interno, teve que voltar para análise da comissão.

Na sessão desta quarta, os senadores apoiaram o voto apresentado na semana passada pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR), relator da matéria e defensor da posição de acabar com quaisquer votações secretas no Congresso e nos demais poderes Legislativos.

Em votação simbólica, os integrantes da CCJ também rejeitaram duas emendas. A primeira, apresentada pelo líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), previa a votação aberta apenas para os casos de cassação de mandato parlamentar. A outra, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), determinava o voto aberto para perda de mandato e análise de vetos presidenciais, mantendo, contudo, a votação secreta para apreciação de autoridades.

"Ossos do ofício"

Ao todo, 22 parlamentares falaram na sessão desta quarta ao longo de mais de duas horas de debate. O senador Aníbal Diniz (PT-AC), primeiro a se pronunciar, defendeu a transparência para todas as votações.

"Vamos ter consequências por isso? Vamos. São ossos do ofício", disse. Ele criticou o fato de diárias de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, deixaram de ser divulgadas no site do tribunal.

O senador Humberto Costa (PT-PE) divergiu do colega de bancada e defendeu a manutenção da votação secreta para escolha de ministros do STF e do procurador-geral da República. Segundo ele, há o receio de uma futura retaliação por conta de uma suposta visão "mesquinha" dessas autoridades.

"De fato, hoje o procurador-geral da República é o cidadão ou cidadã de maior poder político do País, porque é capaz de destruir uma vida pública pelo simples fato de fazer uma denúncia contra alguém, ainda que esta denúncia esteja ou não fundamentada", ponderou.

Aloysio Nunes Ferreira se posicionou favorável à manutenção do voto secreto para autoridades e análise de vetos presidenciais. "É exatamente para prevenir as salvaguardas das liberdades é que defendo que o voto seja aberto apenas para cassação de parlamentares", afirmou.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), favorável ao voto aberto irrestrito, lembrou que o ato "mais forte" em relação às independências dos poderes é aberto: a votação para condenar um presidente da República por crime de responsabilidade.

O líder do PSB na Casa, Rodrigo Rollemberg (DF), questionou o argumento de que o voto secreto poderia proteger o parlamentar de pressões do poder Executivo nos casos de análise de vetos. "Não vivemos em regime autoritário, quando é válido proteger parlamentar da pressão do governo. No regime de democracia que estamos vivendo, temos que buscar o regime de transparência", afirmou.

Para ele, o Congresso deu passos adiante quando aprovou a lei da Ficha Limpa e seria um retrocesso manter o voto fechado, mesmo que em alguns casos.

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Se ela for aprovada sem modificações, será promulgada imediatamente. A matéria voltou com força à discussão após os protestos de junho e o fato de a Câmara ter livrado, em votação secreta, o mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), preso após condenação do Supremo Tribunal Federal.

A proposta, cujo o autor original foi o ex-deputado Fleury Filho, estava pronta para ir à votação em plenário há duas semanas. Mas com a apresentação de novas emendas, segundo o regimento interno, teve que voltar para análise da comissão.

Na sessão desta quarta, os senadores apoiaram o voto apresentado na semana passada pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR), relator da matéria e defensor da posição de acabar com quaisquer votações secretas no Congresso e nos demais poderes Legislativos.

Em votação simbólica, os integrantes da CCJ também rejeitaram duas emendas. A primeira, apresentada pelo líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), previa a votação aberta apenas para os casos de cassação de mandato parlamentar. A outra, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), determinava o voto aberto para perda de mandato e análise de vetos presidenciais, mantendo, contudo, a votação secreta para apreciação de autoridades.

"Ossos do ofício"

Ao todo, 22 parlamentares falaram na sessão desta quarta ao longo de mais de duas horas de debate. O senador Aníbal Diniz (PT-AC), primeiro a se pronunciar, defendeu a transparência para todas as votações.

"Vamos ter consequências por isso? Vamos. São ossos do ofício", disse. Ele criticou o fato de diárias de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, deixaram de ser divulgadas no site do tribunal.

O senador Humberto Costa (PT-PE) divergiu do colega de bancada e defendeu a manutenção da votação secreta para escolha de ministros do STF e do procurador-geral da República. Segundo ele, há o receio de uma futura retaliação por conta de uma suposta visão "mesquinha" dessas autoridades.

"De fato, hoje o procurador-geral da República é o cidadão ou cidadã de maior poder político do País, porque é capaz de destruir uma vida pública pelo simples fato de fazer uma denúncia contra alguém, ainda que esta denúncia esteja ou não fundamentada", ponderou.

Aloysio Nunes Ferreira se posicionou favorável à manutenção do voto secreto para autoridades e análise de vetos presidenciais. "É exatamente para prevenir as salvaguardas das liberdades é que defendo que o voto seja aberto apenas para cassação de parlamentares", afirmou.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), favorável ao voto aberto irrestrito, lembrou que o ato "mais forte" em relação às independências dos poderes é aberto: a votação para condenar um presidente da República por crime de responsabilidade.

O líder do PSB na Casa, Rodrigo Rollemberg (DF), questionou o argumento de que o voto secreto poderia proteger o parlamentar de pressões do poder Executivo nos casos de análise de vetos. "Não vivemos em regime autoritário, quando é válido proteger parlamentar da pressão do governo. No regime de democracia que estamos vivendo, temos que buscar o regime de transparência", afirmou.

Para ele, o Congresso deu passos adiante quando aprovou a lei da Ficha Limpa e seria um retrocesso manter o voto fechado, mesmo que em alguns casos.

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