Câmara: Maia ainda não se coloca como candidato e adversários dizem que a Constituição não permite sua reeleição (Agência Brasil/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 19h21.
Brasília - O Congresso apresenta seu tradicional esvaziamento e a maior movimentação nos salões das duas Casas do Parlamento é de turistas, mas os principais pré-candidatos à presidência da Câmara dos Deputados já deram a largada na disputa, que novamente deve ocorrer entre mais de um nome da base do governo Michel Temer.
Enquanto o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), resolveu reunir partidários e aliados para definir estratégias de sua candidatura em uma reunião no fim da tarde desta terça-feira, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), outro nome do centrão --bloco que reúne mais de 10 partidos--, pegou a bicicleta e pedalou até Goiânia, para conversar com deputados.
Ambos fortes figuras dentro do centrão, grupo que reúne aproximadamente 200 deputados e faz parte da base de sustentação do governo Temer, são bem próximos e conversam com frequência.
Mas por ora sustentam suas pré-candidaturas, a serem oficializadas um dia antes da eleição, marcada para o dia 2 de fevereiro.
Nenhum chama para si a marca de nome oficial do centrão, mas suas postulações podem repercutir, e enfraquecer, a eventual candidatura de outro nome forte da base aliada: o do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Maia ainda não se coloca como candidato e adversários dizem que a Constituição não permite sua reeleição.
Mas o presidente tem afirmado que do ponto de vista jurídico não há impedimento a uma eventual reeleição, já que não há uma proibição expressa do texto constitucional para reeleição após um mandato-tampão.
O deputado do DEM tem ponderado, no entanto, que levará em conta a conjuntura política para definir se será candidato.
Como isso ainda não ocorreu, Rosso protocolou um documento na Secretaria Geral da Câmara pedindo a realização de um debate, na TV Câmara, entre os pré-candidatos à presidência da Casa, no que pode ser visto como uma tentativa de pressionar Maia a assumir sua candidatura.
O cenário atual já repete parte do que ocorreu na última disputa. Em julho do ano passado, 17 deputados chegaram a se candidatar, a maioria deles de partidos aliados ao governo.
Rosso e Maia estavam entre eles e disputaram o segundo turno pela presidência.
Mas naquela ocasião, Maia venceu com o apoio da oposição a Temer, que dessa vez deve apoiar o pré-candidato de consenso da bancada do PDT, André Figueiredo (CE), um dos que questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) uma eventual recondução de Maia.