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Candidatos a lista tríplice da PGR defendem Lava Jato

O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está no cargo desde 2014 e deixará a posição em setembro após dois mandatos de dois anos cada

Nicolao Dino: "Afirmar que o MPF tem exagerado não condiz com a verdade" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2017 às 17h18.

Rio - O quinto debate que ocorre nesta segunda-feira, 19, no Rio, entre os oito candidatos à formação da Lista Tríplice para procurador-geral da República tem entre os temas centrais a Operação Lava Jato .

Um dos candidatos fez ainda críticas a uma fala de hoje do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes.

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O debate teve início por volta das 14h e continuava após as 16h.

O ministro Gilmar Mendes disse em outro evento, realizado em Pernambuco, que há abusos em investigações.

"Afirmar que o Ministério Público Federal (MPF) tem exagerado não condiz com a verdade. Venho aqui repudiar essa fala, que é um desserviço", disse o subprocurador-geral da República, Nicolao Dino, que faz parte da equipe do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Outro candidato, o subprocurador geral da República, Eitel Santiago, disse que Mendes "tem sido complicado às vezes por falar demais".

Santiago também afirmou que se for escolhido para a vaga de procurador-geral da República dará continuidade às investigações "mas com obediência à lei". "Vou lutar para os colegas continuarem combatendo a corrupção."

Em tom de provocação, Santiago citou ainda que outra candidata, Raquel Dodge, teria o apoio de Mendes - ela é vista como uma das favoritas à lista, ao lado do subprocurador da República Mario Bonsaglia.

"Não procurei o ministro (da Justiça) Torquato (Jardim) ou Gilmar Mendes para que apoiassem o meu nome. Tenho me dirigido apenas internamente à classe. Mas caso entre na lista, farei contatos, como com o ministro da Justiça", respondeu Raquel Dodge.

A subprocuradora foi uma das candidatas que fizeram defesa da Operação Lava Jato.

"Não podemos regredir nem titubear, apoiarei a Lava Jato. Se necessário a ampliarei. A Lava Jato tem demonstrado que ninguém está acima da lei", disse Raquel.

O subprocurador Mario Bonsaglia disse que, caso eleito, a Lava Jato "vai prosseguir com toda firmeza e apoio".

Ele afirmou que dará prosseguimento às forças-tarefas de Curitiba, do Rio, entre outras.

Também houve críticas à atuação de Janot.

"Houve grande centralização durante a gestão de Rodrigo (Janot), o que não foi bom", disse a subprocuradora-geral da República Sandra Verônica Cureau.

Segundo ela, Janot disse uma vez que a destinação das verbas da Procuradoria seria inteiramente para a Lava Jato, em detrimento a outras investigações, referindo-se ao rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Samarco, no fim de 2015.

Outros debates

Os encontros anteriores entre os candidatos ocorreram em São Paulo, Porto Alegre, Belém e Recife.

Está prevista ainda uma nova rodada em Brasília, no dia 22, antes da definição dos escolhidos.

Em 27 de junho, 1.200 membros do Ministério Público Federal votam nos interessados à vaga.

Os três escolhidos formarão uma Lista Tríplice e serão indicados à escolha pelo presidente da República. Michel Temer poderá, no entanto, não optar por um dos nomes.

Se isso acontecer, vai romper com a tradição de indicar o nome mais votado pelos procuradores entre três apresentados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Após a escolha de Temer, o escolhido será sabatinado e terá que ser aprovado pelo Senado.

Concorrem ao cargo os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Franklin Rodrigues da Costa, Mario Luiz Bonsaglia, Nicolao Dino de Castro Costa e Neto, Raquel Elias Ferreira Dodge e Sandra Verônica Cureau.

O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está no cargo desde 2014 e deixará a posição em setembro. Foram dois mandatos de dois anos cada.

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