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Caixa Econômica: Maria Fernanda Coelho é nome mais cotado para presidir o banco

Maria Fernanda ingressou na Caixa em 1984 e chegou à cúpula do banco em 2006, com apoio dos sindicato dos bancários de Recife, sua cidade natal

Maria Fernando Coelho, ex-presidente da Caixa. (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Maria Fernando Coelho, ex-presidente da Caixa. (Elza Fiúza/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de dezembro de 2022 às 08h05.

Maria Fernanda Ramo Coelho, ex-presidente da Caixa Econômica Federal nos governos Lula e Dilma entre 2006 e 2011, é o nome mais cotado para assumir o banco novamente. Funcionária de carreira aposentada, ela é próxima ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo interlocutores, Maria Fernanda preferia assumir um cargo relevante no Ministério das Cidades, que será recriado. Ela fez parte do núcleo temático da transição que analisou o tema. Mas, durante as negociações políticas para formar a equipe ministerial, o nome da bancária perdeu força para assumir uma posição na Esplanada.

Contudo, ela é o nome preferido de Lula para o comando do banco estatal, braço financeiro das políticas sociais do governo.

Maria Fernanda ingressou na Caixa em 1984 e chegou à cúpula do banco em 2006, com apoio dos sindicato dos bancários de Recife, sua cidade natal.

Na Caixa, Maria Fernanda substituiu Jorge Mattoso, que deixou o cargo após a quebra do sigilo bancário do jardineiro Francenildo dos Santos Costa. O escândalo também levou à queda do então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que frequentava à mansão em Brasília, onde Francenildo trabalhava.

Na direção do banco, a executiva participou da implementação da política habitacional para baixa renda, Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Maria Fernanda deixou o cargo em 2011, após a descoberta de fraudes bilionárias no Banco Panamericano, que pertenceu ao empresário Silvio Santos. No final de 2009, a Caixa comprou participação no banco, um negócio que foi costurado no Palácio do Planalto.

A explicação oficial para a saída dele foi o convite da então ministra do Planejamento Miriam Belchior para assumir uma diretoria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington. Maria Fernanda foi procurada, mas não quis se manifestar.

Além disso, na equipe de transição, passou a ganhar força o nome da senadora Kátia Abreu (PP-TO) para assumir a presidência do Banco do Brasil (BB). Ex-ministra da Agricultura de Dilma Rousseff, a senadora conta com a simpática da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para o posto. Há um desejo de que o banco seja presidido por uma mulher no governo Lula.

Segundo interlocutores, Kátia Abreu foi sondada para ocupar uma vice-presidência do BB, mas o que ela deseja mesmo é estar na presidência. A ex-ministra é ligada ao agronegócio, um dos principais focos do BB.

Petistas oriundos do Sindicato dos Bancários defendem uma solução caseira para o BB, mas há dificuldades de encontrar uma executiva com perfil para comandar o banco. Segundo integrantes do BB, a política de promover mulheres nos cargos de direção mais altos da organização é ainda recente.

Um dos nomes defendidos por bancários é da funcionária aposentada do BB Ana Cristina Rosa Garcia. Ela foi diretora de Administração e Finanças da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e de Gestão do BB. Conta a seu favor o fato de ter participado do programa de igualdade de gênero no BB, mas não teria a experiência exigida para a presidência.

Da mesma forma, a atual diretora de Soluções em Empréstimos e Financiamentos do BB, Daniela Gonçalves, sofre pela falta de experiência, por estar no cargo há poucos meses.

Caso a indicação de Kátia Abreu seja confirmada, o que pode ocorrer somente depois da posse, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva completaria a sua cota de ter duas mulheres no comando dos principais bancos públicos.

Os bancos públicos terão papel social reforçado no futuro governo, na concessão do crédito para setores que movimentam a economia, o agronegócio e a construção civil. Faz parte da estratégia incluir as duas instituições no programa "Desenrola Brasil" para ajudar a resolver o problema dos endividados.

Procurada, a senadora Kátia Abreu não quis se manifestar.

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