Brasileira presa na Rússia há 1 mês não tem direito a fiança
A bióloga do Rio Grande do Sul foi detida em 19 de setembro com outros 27 ativistas e dois jornalistas na embarcação do Greenpeace
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2013 às 17h46.
São Paulo - A ativista brasileira do Greenpeace detida e acusada de pirataria na Rússia , Ana Paula Maciel, completou ontem, sábado, um mês na prisão, onde pediu o direito de fiança, que continua em suspenso após o adiamento da audiência de quinta-feira.
A bióloga do Rio Grande do Sul foi detida em 19 de setembro com outros 27 ativistas e dois jornalistas na embarcação do Greenpeace, Arctic Sunrise, após um protesto contra uma plataforma da empresa russa Gazprom no Ártico, onde a estatal prospecta petróleo.
No dia anterior, quando começou o protesto, houve as primeiras detenções, a de dois 'escaladores' que estavam já acorrentados à estrutura da plataforma. No dia 19, o protesto continuou e as forças armadas russas capturaram os outros ativistas.
'Ela sabe que o que a Rússia tenta é pressionar os ativistas para que deixem de protestar no país', disse Telma Maciel, irmã de Ana Paula, em entrevista à Agência Efe, afirmando que a gaúcha 'não deixará de ser ativista' porque é de 'sua natureza'.
Telma deu essas declarações antes da audiência programada para quinta-feira passada, suspensa por falta de tradutor - argumento que a família de Ana Paula não considerou suficiente.
'Desde o primeiro dia em que prenderam minha irmã sabem da necessidade de um tradutor de português. Sabiam antes e sabem agora', acrescentou depois em entrevista.
Apesar do adiamento, Telma contou que tem esperanças de que a justiça russa reconheça o direito de fiança de Ana Paula e que a irmã consiga acompanhar o processo contra ela em liberdade.
Por sua vez, o Greenpeace Brasil recebeu a notícia do adiamento da audiência 'com tristeza' já que esperavam que 'a carta do governo brasileiro pedindo a liberdade mas assegurando que ela iria ao julgamento' na Rússia ajudasse.
'Tínhamos essa esperança na melhor e na pior da respostas mas os advogados da organização nos informaram que seria adiado', lembrou Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas da ONG no Brasil.
Em entrevista à Efe, Leitão fez questão de lembrar que a relação com o governo brasileiro é 'muito eficaz' e que além da carta de garantias, 'a embaixada brasileira na Rússia segue em contato com Ana Paula e a ajuda para que possa falar com sua família'.
Se as acusações de pirataria se confirmarem, os ativistas poderiam passar até 15 anos na prisão, uma acusação que para a ONG 'não faz sentido' já que, na sua opinião, 'a diferença entre ativismo político e pirataria é clara'.
Na sexta-feira passada, quando se completavam 30 dias do protesto em frente à plataforma da Gazprom, o escritório do Greenpeace em Murmansk (onde a ativista permanece em prisão) foi assaltada por seis mascarados e uma jaula que ia a ser utilizada no protesto desapareceu.
Para a ONG, a 'principal questão' do processo é poder demonstrar 'que pirataria implica cometer um crime' e que o 'protesto pacífico é um direito de qualquer cidadão'.
'Não estamos preocupados com Greenpeace, mas pelo direito à livre manifestação e a livre expressão de qualquer pessoa em qualquer cantinho do planeta', continuou Sérgio Leitão.
Segundo Telma Maciel relatou à Efe, a irmã 'está bem' e 'resistirá' caso a justiça russa lhe negue o direito de fiança. No Greenpeace Brasil, seus colegas a descreveram como 'uma menina loira de olhos azuis cuja aparência pode enganar, mas é uma brasileira típica: comunicativa, simpática e sem medo do trabalho duro'.
'A cada três meses (ela) embarca em um navio, atua como ativista e marinheira e volta para casa para descansar durante outros três meses', contam na ONG, acrescentando que na embarcação 'é centrada e está sempre de bom humor'.
Em alto-mar, Ana Paula 'aprendeu inglês, com os membros da tripulação, e ainda arrisca italiano e espanhol; e como boa marinheira faz de tudo nos navios e também fora deles', continua a descrição que da ativista no site da organização.
'É uma pessoa que faz a diferença no mundo', definiu Rosângela Maciel, orgulhosa mãe da bióloga de 31 anos, que hoje completa 31 dias presa, sem ter data para poder defender seu direito à fiança e a aguardar o processo em liberdade e cercada por amigos.
São Paulo - A ativista brasileira do Greenpeace detida e acusada de pirataria na Rússia , Ana Paula Maciel, completou ontem, sábado, um mês na prisão, onde pediu o direito de fiança, que continua em suspenso após o adiamento da audiência de quinta-feira.
A bióloga do Rio Grande do Sul foi detida em 19 de setembro com outros 27 ativistas e dois jornalistas na embarcação do Greenpeace, Arctic Sunrise, após um protesto contra uma plataforma da empresa russa Gazprom no Ártico, onde a estatal prospecta petróleo.
No dia anterior, quando começou o protesto, houve as primeiras detenções, a de dois 'escaladores' que estavam já acorrentados à estrutura da plataforma. No dia 19, o protesto continuou e as forças armadas russas capturaram os outros ativistas.
'Ela sabe que o que a Rússia tenta é pressionar os ativistas para que deixem de protestar no país', disse Telma Maciel, irmã de Ana Paula, em entrevista à Agência Efe, afirmando que a gaúcha 'não deixará de ser ativista' porque é de 'sua natureza'.
Telma deu essas declarações antes da audiência programada para quinta-feira passada, suspensa por falta de tradutor - argumento que a família de Ana Paula não considerou suficiente.
'Desde o primeiro dia em que prenderam minha irmã sabem da necessidade de um tradutor de português. Sabiam antes e sabem agora', acrescentou depois em entrevista.
Apesar do adiamento, Telma contou que tem esperanças de que a justiça russa reconheça o direito de fiança de Ana Paula e que a irmã consiga acompanhar o processo contra ela em liberdade.
Por sua vez, o Greenpeace Brasil recebeu a notícia do adiamento da audiência 'com tristeza' já que esperavam que 'a carta do governo brasileiro pedindo a liberdade mas assegurando que ela iria ao julgamento' na Rússia ajudasse.
'Tínhamos essa esperança na melhor e na pior da respostas mas os advogados da organização nos informaram que seria adiado', lembrou Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas da ONG no Brasil.
Em entrevista à Efe, Leitão fez questão de lembrar que a relação com o governo brasileiro é 'muito eficaz' e que além da carta de garantias, 'a embaixada brasileira na Rússia segue em contato com Ana Paula e a ajuda para que possa falar com sua família'.
Se as acusações de pirataria se confirmarem, os ativistas poderiam passar até 15 anos na prisão, uma acusação que para a ONG 'não faz sentido' já que, na sua opinião, 'a diferença entre ativismo político e pirataria é clara'.
Na sexta-feira passada, quando se completavam 30 dias do protesto em frente à plataforma da Gazprom, o escritório do Greenpeace em Murmansk (onde a ativista permanece em prisão) foi assaltada por seis mascarados e uma jaula que ia a ser utilizada no protesto desapareceu.
Para a ONG, a 'principal questão' do processo é poder demonstrar 'que pirataria implica cometer um crime' e que o 'protesto pacífico é um direito de qualquer cidadão'.
'Não estamos preocupados com Greenpeace, mas pelo direito à livre manifestação e a livre expressão de qualquer pessoa em qualquer cantinho do planeta', continuou Sérgio Leitão.
Segundo Telma Maciel relatou à Efe, a irmã 'está bem' e 'resistirá' caso a justiça russa lhe negue o direito de fiança. No Greenpeace Brasil, seus colegas a descreveram como 'uma menina loira de olhos azuis cuja aparência pode enganar, mas é uma brasileira típica: comunicativa, simpática e sem medo do trabalho duro'.
'A cada três meses (ela) embarca em um navio, atua como ativista e marinheira e volta para casa para descansar durante outros três meses', contam na ONG, acrescentando que na embarcação 'é centrada e está sempre de bom humor'.
Em alto-mar, Ana Paula 'aprendeu inglês, com os membros da tripulação, e ainda arrisca italiano e espanhol; e como boa marinheira faz de tudo nos navios e também fora deles', continua a descrição que da ativista no site da organização.
'É uma pessoa que faz a diferença no mundo', definiu Rosângela Maciel, orgulhosa mãe da bióloga de 31 anos, que hoje completa 31 dias presa, sem ter data para poder defender seu direito à fiança e a aguardar o processo em liberdade e cercada por amigos.