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Brasil repatria R$ 87 milhões que Barusco mandou para Suíça

Cerca de R$ 87 milhões enviados pelo ex-gerente da Petrobras para a Suíça foram repatriados para o Brasil, segundo o Ministério Público Federal

Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco: recursos foram recebidos como propina por Barusco entre 1999 e 2012 (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 17h48.

Rio de Janeiro - Cerca de 87 milhões de reais enviados pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco para contas na Suíça , a maior parte referente a pagamentos de propina pela empresa de sondas SBM, foram repatriados para o Brasil, informou o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro nesta quinta-feira.

De acordo com o procuradores do Rio de Janeiro, que cuidam do caso envolvendo propina paga pela fornecedora de sondas holandesa SBM e não das investigações da Operação Lava Jato, os recursos foram recebidos como propina por Barusco entre 1999 e 2012.

O órgão informou que o valor repatriado já está depositado em uma conta bancária da Caixa Ecônomica Federal e à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

"A gente vai pedir a Justiça Federal do Rio de Janeiro para intimar a Petrobras sobre esse valor e, certamente, a empresa terá o interesse de recuperar esse valor", disse à Reuters o procurador federal Renato Silva de Oliveira.

A companhia de plataformas, que já manifestou culpa no processo, celebrou em meados de março com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) memorando de entendimentos que pode levar a um acordo de leniência relativo ao pagamento de propina para funcionários da Petrobras.

A Petrobras afirmou anteriormente que esperava receber parte dos recursos desviados em maio.

"Em princípio, os valores referentes ao Pedro Barusco foram recuperados por nós e pela Justiça do Paraná num total de 97 milhões de dólares (incluindo recursos de corrupção investigados pela Lava Jato)", acrescentou ele.

O dinheiro já tinha sido bloqueado pelo Ministério Público da Suíça, que atendeu a um pedido dos procuradores para que a verba retornasse ao Brasil.

"A medida alcançada é fundamental no combate a crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro", declarou o MPF em nota.

Pedro Barusco exerceu cargos de gerência na Diretoria de Exploração e Produção de 1995 a 2003, quando assumiu o cargo de gerente-executivo de engenharia na Diretoria de Serviços da Petrobras.

O MPF-RJ realiza outras investigações de supostos malfeitos que possam ter sido cometidos por outros funcionários da estatal e por empresas que tinham negócios com a petroleira.

A expectativa da procuradoria é, no futuro, poder repatriar mais recursos. A Suíça congelou, ao todo, 400 milhões de dólares em função das investigações envolvendo o escândalo da Petrobras.

"Acreditamos na possibilidade de recuperação de outros valores, a investigação não terminou e podemos recuperar mais recursos", declarou o procurador.

"A recuperação dos recursos do Pedro Barusco foi acelerada por conta da colaboração do Barusco, mas normalmente a repatriação é demorada", comentou o procurador Oliveira, referindo-se ao processo de delação premiada do ex-executivo.

São Paulo – Em depoimento para os deputados da CPI da Petrobras nesta terça-feira, o ex-gerente de engenharia da estatal Pedro Barusco reafirmou que recebeu propina em 1997. No entanto, segundo ele, a experiência foi isolada.  Barusco afirmou que começou a vivenciar o esquema de propina de maneira institucionalizada a partir de 2004, quando já trabalhava na diretoria de Serviços da estatal.  Considerado um dos principais operadores do esquema, Barusco era o braço direito de Renato Duque na diretoria de Serviços.No final do ano passado, ele concordou em devolver cerca de 97 milhões de dólares em troca de um acordo de delação premiada.  Segundo cálculos do ex-gerente, o PT pode ter recebido até 200 milhões de dólares com o esquema durante dez anos - o que seria equivalente hoje a mais de meio bilhão de reais. “Por eu ter recebido a quantia que está divulgada, como cabia ao PT na divisão da propina receber o dobro, eu estimo que ele recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões”, afirmou. Engenheiro naval de formação e com mestrado em engenharia oceânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Barusco ingressou na estatal em 1979 no Cenpes. Em 2003, assumiu o posto de gerente executivo de engenharia da diretoria de Serviços, onde se tornou braço direito de Renato Duque, que comandava a área na estatal. Barusco afirmou que, ao se aposentar da Petrobras em 2011, recebia um salário de 1,2 milhão de reais por ano.  O depoimento, que começou no final da manhã, teve seis horas de duração. Veja o que Barusco já revelou até agora nas próximas fotos. * Atualizado às 16h44
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