Brasil precisa aumentar exportações de manufaturados
Segundo presidente em exercício da AEB, José Augusto de Castro, país precisa aumentar participação no ranking mundial
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2012 às 11h28.
Rio de Janeiro - Estudo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) mostra que em 2011 o Brasil teve participação de 1,6% nas exportações mundiais, o melhor índice nas vendas globais desde 1950. Nesse ano, a participação era de 2,26%.
O presidente em exercício da AEB, José Augusto de Castro, disse à Agência Brasil que apesar do forte crescimento das exportações brasileiras nos últimos anos, em razão da elevação das cotações das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), a participação do país cresceu. “Mas, em termos de cenário internacional, nós continuamos na mesma posição: 20º, 21º, 22º lugar. Não houve crescimento”.
Ele atribuiu o patamar atingido em 2011 ao aumento de preços. “Como o próprio governo diz, as exportações cresceram porque o preço das commodities aumentou. Não a quantidade. Ou seja, (não há) nenhum mérito para o Brasil, porque não é o país que define preço, mas sim o mercado internacional”.
A previsão da AEB é que, neste ano, os preços internacionais cairão. “Nós somos passivos. Assim como passou de 1% (em 2004) para 1,6% agora, foi tudo em decorrência do mercado internacional. E não de uma ação que o Brasil tenha desenvolvido e tenha tido como resultado o aumento da participação”.
Para alcançar crescimento mais significativo na participação nas exportações mundiais, ou pelo menos retomar o nível de 1950, Castro apontou a necessidade de o país realizar as reformas de base. “Para que possamos exportar não apenas commodities, mas também manufaturados. Quer dizer, viabilizar que, em vez de exportar o minério, eu possa exportar também o aço, que gera mais valor agregado e mais emprego. Em vez de exportar soja, eu passe a exportar óleo de soja”.
Ele considera elevada a carga tributária no Brasil, que estimula as empresas a exportar o produto bruto, sem beneficiamento. “Isso vale para a soja, para o couro, o granito, uma série de produtos que poderiam ter beneficiamento aqui”. O sistema tributário nacional penaliza quem industrializa", reiterou.
O estudo da AEB apresenta evolução do Brasil no ranking de países exportadores, passando da décima posição, em 1950, para a 21ª, no ano passado. Em 2000, ocupava o 28º lugar. Considerando as exportações dos dez maiores países, nove exportam manufaturados. “Exportação de manufaturados dá estabilidade para o país. Ele não fica sujeito às fortes oscilações por causa das commodities".
A liderança de países exportadores é exercida pela China, que detinha a 28ª classificação, em 1950, e teve a melhor evolução no ranking mundial. “É a locomotiva do mundo, que serve como exemplo”. Castro chamou a atenção também para um segundo vagão, a Índia, que já passou o Brasil e ocupa atualmente a 17ª posição na relação de países exportadores. Destacou que a Índia exporta mais de 90% de produtos manufaturados e apresenta crescimento econômico consistente, a exemplo da China.
A Índia é, disse Castro, o “país que está hoje mostrando ao mundo que pode crescer”. Isso ocorre, apesar de a Índia apresentar o terceiro maior déficit comercial, depois dos Estados Unidos e do Reino Unido. Ele ressaltou, contudo, que “todo país em desenvolvimento tem déficit comercial, que é aquela fase em que ele está montando o seu parque industrial. Está criando as bases para o futuro. Vai ser a China do futuro próximo”, acrescentou.
Rio de Janeiro - Estudo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) mostra que em 2011 o Brasil teve participação de 1,6% nas exportações mundiais, o melhor índice nas vendas globais desde 1950. Nesse ano, a participação era de 2,26%.
O presidente em exercício da AEB, José Augusto de Castro, disse à Agência Brasil que apesar do forte crescimento das exportações brasileiras nos últimos anos, em razão da elevação das cotações das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), a participação do país cresceu. “Mas, em termos de cenário internacional, nós continuamos na mesma posição: 20º, 21º, 22º lugar. Não houve crescimento”.
Ele atribuiu o patamar atingido em 2011 ao aumento de preços. “Como o próprio governo diz, as exportações cresceram porque o preço das commodities aumentou. Não a quantidade. Ou seja, (não há) nenhum mérito para o Brasil, porque não é o país que define preço, mas sim o mercado internacional”.
A previsão da AEB é que, neste ano, os preços internacionais cairão. “Nós somos passivos. Assim como passou de 1% (em 2004) para 1,6% agora, foi tudo em decorrência do mercado internacional. E não de uma ação que o Brasil tenha desenvolvido e tenha tido como resultado o aumento da participação”.
Para alcançar crescimento mais significativo na participação nas exportações mundiais, ou pelo menos retomar o nível de 1950, Castro apontou a necessidade de o país realizar as reformas de base. “Para que possamos exportar não apenas commodities, mas também manufaturados. Quer dizer, viabilizar que, em vez de exportar o minério, eu possa exportar também o aço, que gera mais valor agregado e mais emprego. Em vez de exportar soja, eu passe a exportar óleo de soja”.
Ele considera elevada a carga tributária no Brasil, que estimula as empresas a exportar o produto bruto, sem beneficiamento. “Isso vale para a soja, para o couro, o granito, uma série de produtos que poderiam ter beneficiamento aqui”. O sistema tributário nacional penaliza quem industrializa", reiterou.
O estudo da AEB apresenta evolução do Brasil no ranking de países exportadores, passando da décima posição, em 1950, para a 21ª, no ano passado. Em 2000, ocupava o 28º lugar. Considerando as exportações dos dez maiores países, nove exportam manufaturados. “Exportação de manufaturados dá estabilidade para o país. Ele não fica sujeito às fortes oscilações por causa das commodities".
A liderança de países exportadores é exercida pela China, que detinha a 28ª classificação, em 1950, e teve a melhor evolução no ranking mundial. “É a locomotiva do mundo, que serve como exemplo”. Castro chamou a atenção também para um segundo vagão, a Índia, que já passou o Brasil e ocupa atualmente a 17ª posição na relação de países exportadores. Destacou que a Índia exporta mais de 90% de produtos manufaturados e apresenta crescimento econômico consistente, a exemplo da China.
A Índia é, disse Castro, o “país que está hoje mostrando ao mundo que pode crescer”. Isso ocorre, apesar de a Índia apresentar o terceiro maior déficit comercial, depois dos Estados Unidos e do Reino Unido. Ele ressaltou, contudo, que “todo país em desenvolvimento tem déficit comercial, que é aquela fase em que ele está montando o seu parque industrial. Está criando as bases para o futuro. Vai ser a China do futuro próximo”, acrescentou.