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Brasil pode ter 4 mil mortes diárias pela covid-19 no fim de abril

A previsão é da Rede Análise Covid - que reúne especialistas de diferentes áreas para interpretar os dados oficiais sobre a pandemia

Coronavírus no Brasil: pela primeira vez desde o início da epidemia no País, os números de novos casos e mortes pela covid crescem exponencialmente em todos os Estados (Diego Vara/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2021 às 11h37.

O número de mortos por covid-19 no Brasil pode chegar a 4 mil por dia até o fim de abril. A previsão é da Rede Análise Covid - que reúne especialistas de diferentes áreas para interpretar os dados oficiais sobre a pandemia.

A análise coincide com avaliação da Fiocruz. Em boletim extraordinário, a instituição afirmou que o Brasil vive "o maior colapso sanitário e hospitalar da história". Para reduzir o impacto da tragédia, dizem especialistas, medidas severas de restrição de circulação devem ser adotadas imediatamente.

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Pela primeira vez desde o início da epidemia no País, os números de novos casos e mortes pela covid crescem exponencialmente em todos os Estados. Esse é um indicador importante de que a doença está fora de controle, segundo o coordenador da Rede Análise Covid, o cientista Isaac Scharstzhaup.

"Como a doença veio de fora, ela chegou de avião, inicialmente às principais capitais, e logo começou a se espalhar de cidade em cidade. Na metade do ano passado, muitas capitais estavam sofrendo, mas muitas cidades do interior não tinham sequer um caso da doença; a distribuição dos casos era muito díspar", explicou Scharstzhaup.

"Agora, desde a virada do ano, a tendência de aumento é geral; o que muda de um Estado para o outro é apenas a velocidade de transmissão." Segundo ele, só a adoção de medidas severas de restrição de mobilidade por todo o País, de forma coordenada, pode deter a pandemia; ações pontuais são inócuas.

"Não adianta fazer lockdown de fim de semana, de sete dias", explicou. "O ciclo de contágio do vírus é de 14 dias. Por isso nunca chegamos a zerar o número de casos, como a Europa conseguiu na primeira onda", afirmou. "Quando as restrições não são feitas corretamente, temos uma estabilização em patamar alto. O Brasil teria de fazer uma restrição forte e não ceder, esperar a real desaceleração."

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