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Brasil desiste de construção de foguetes sem avisar Ucrânia

A parceria com o país para a construção de uma nova geração de foguetes está enterrada desde janeiro


	Dilma: a resolução política foi tomada pela presidente em reunião com quatro ministros
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma: a resolução política foi tomada pela presidente em reunião com quatro ministros (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2015 às 11h18.

Brasília - A parceria com a Ucrânia para a construção de uma nova geração de foguetes a serem lançados da Base de Alcântara, no Maranhão, acordada em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está enterrada.

A decisão foi tomada no fim de janeiro, mas o comunicado oficial do contrato entre os dois países não foi feito até hoje pelo Brasil.

A resolução política foi tomada pela presidente Dilma Rousseff, em reunião com quatro ministros.

Desde então, o parceiro ucraniano vem buscando informações sobre os atrasos dos investimentos do País no projeto.

No fim do mês, será realizada mais uma reunião por videoconferência entre os representantes dos países, quando se espera que o governo brasileiro dê alguma sinalização aos ucranianos.

A suspensão do contrato implicará em um prejuízo de R$ 1 bilhão, valor gasto pelos dois países. Quando desenhado, o acordo previa que a Ucrânia seria responsável pela produção do foguete.

Os países, porém, dividiriam os investimentos referentes às obras de reconstrução da base, destruída na explosão do protótipo do veículo lançador de foguetes, em 2003.

O problema é que a reconstituição só começou a sair do papel cinco anos após a data prevista para a inauguração, e há dois anos as obras estão paralisadas.

Por causa dos sucessivos atrasos do Brasil, a Ucrânia dava sinais de que poderia deixar o projeto e associar-se a outro país para lançar o foguete, que já está em fase final de conclusão, com praticamente 80% pronto.

Com o fim do contrato, a empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), criada em 2006, deverá desaparecer. Para que fosse viável comercialmente, o projeto deveria ter começado a dar lucro em 2010, com o lançamento de satélites produzidos ao custo unitário de US$ 50 milhões. Após cinco anos, o foguete não ficou pronto nem rendeu um tostão ao governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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