Exame Logo

Bombeiros do Rio interditam 127 estabelecimentos

Dos 209 locais fiscalizados, somente 10 estavam de acordo com Código de Segurança

Vista do interior da boate Kiss, que pegou fogo em Santa Maria: o acidente estimulou a fiscalização de casas noturnas e boates em várias partes do país (Divulgação/Polícia Civil)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 18h59.

Rio de Janeiro - O Corpo de Bombeiros do Rio interditou 127 estabelecimentos no Estado de segunda-feira até a noite de quinta-feira (31). Outros 52 foram multados e 20, notificados. O balanço foi divulgado nesta sexta-feira, cinco dias após o incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 236 pessoas.

Dos 209 locais submetidos a fiscalização no Rio desde segunda, apenas 10 estavam em conformidade com as normas do Código de Segurança, informou a Secretaria de Defesa Civil. De acordo com a Pasta, os maiores problemas encontrados foram falhas na sinalização e iluminação de emergência, obstrução de vias de escape e falta de manutenção de equipamentos contra incêndio. Os estabelecimentos considerados irregulares têm 30 dias para se adequar.

Até a tragédia em Santa Maria, não havia um trabalho sistemático de fiscalização de casas noturnas, boates, casas de show e similares no Estado. "Trabalhávamos com denúncias em dois momentos pontuais: antes do Carnaval e do Natal. Agora, estabelecemos uma meta de fiscalização, entendendo que ela é tão importante quanto o combate ao incêndio. Precisamos criar uma cultura de prevenção", reconheceu o secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.

Segundo Simões, a meta agora é averiguar as condições de segurança de 40 mil edificações até o fim do ano. Em 2012, foram realizadas 16 mil vistorias desse tipo no Rio. O coronel disse que o número de fiscais foi dobrado para 500. No ano passado, 439 casas noturnas, boates, restaurantes, casas de show e similares pediram aval dos Bombeiros para funcionar: 357 tiveram os certificados de registro concedidos; 82 foram negados. Também foram divulgadas nesta sexta novas determinações relativas a normas de segurança contra incêndio. Os estabelecimentos serão obrigados a ter duas saídas de emergência, com pelo menos uma delas medindo dois metros de largura.

Manifesto

Os organizadores da Rio Music Conference, encontro de música eletrônica programado para ocorrer durante o carnaval na Marina da Glória, divulgaram um manifesto sobre a operação de fiscalização e agendaram um debate com empresários, artistas, representantes da prefeitura e da Associação de Entretenimento do Rio. O grupo defende a necessidade de revisão da legislação sobre o tema. O Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico é de 1976.

"Não interessa à sociedade a criação de pânico e nem à indústria do entretenimento oferecer serviços sem atender às normas de segurança. Somos todos responsáveis, queremos trabalhar na legalidade. Porém é difícil vencer a burocracia no Rio, precisamos de uma nova legislação", afirmam no manifesto.

De acordo com o grupo, "mesmo casas que atendem às normas de segurança estão sendo interditadas por questões burocráticas, levando a prejuízos morais e financeiros que levarão rapidamente à falência dessas empresas". "É dever da Câmara de Vereadores e do Executivo atualizar o zoneamento urbano e compreender que a dinâmica da cidade mudou muito em 40 anos. A cidade de São Paulo já criou comissão com empresários e priorizou questões de segurança, suspendendo fiscalização de alvarás nesse momento, para a avaliação e estudo de mudanças na legislação. A burocracia é inimiga da sociedade. Cria distorções e impede o desenvolvimento econômico e social. Os empreendedores do Rio querem ser tratados com respeito e seriedade."

Veja também

Rio de Janeiro - O Corpo de Bombeiros do Rio interditou 127 estabelecimentos no Estado de segunda-feira até a noite de quinta-feira (31). Outros 52 foram multados e 20, notificados. O balanço foi divulgado nesta sexta-feira, cinco dias após o incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 236 pessoas.

Dos 209 locais submetidos a fiscalização no Rio desde segunda, apenas 10 estavam em conformidade com as normas do Código de Segurança, informou a Secretaria de Defesa Civil. De acordo com a Pasta, os maiores problemas encontrados foram falhas na sinalização e iluminação de emergência, obstrução de vias de escape e falta de manutenção de equipamentos contra incêndio. Os estabelecimentos considerados irregulares têm 30 dias para se adequar.

Até a tragédia em Santa Maria, não havia um trabalho sistemático de fiscalização de casas noturnas, boates, casas de show e similares no Estado. "Trabalhávamos com denúncias em dois momentos pontuais: antes do Carnaval e do Natal. Agora, estabelecemos uma meta de fiscalização, entendendo que ela é tão importante quanto o combate ao incêndio. Precisamos criar uma cultura de prevenção", reconheceu o secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.

Segundo Simões, a meta agora é averiguar as condições de segurança de 40 mil edificações até o fim do ano. Em 2012, foram realizadas 16 mil vistorias desse tipo no Rio. O coronel disse que o número de fiscais foi dobrado para 500. No ano passado, 439 casas noturnas, boates, restaurantes, casas de show e similares pediram aval dos Bombeiros para funcionar: 357 tiveram os certificados de registro concedidos; 82 foram negados. Também foram divulgadas nesta sexta novas determinações relativas a normas de segurança contra incêndio. Os estabelecimentos serão obrigados a ter duas saídas de emergência, com pelo menos uma delas medindo dois metros de largura.

Manifesto

Os organizadores da Rio Music Conference, encontro de música eletrônica programado para ocorrer durante o carnaval na Marina da Glória, divulgaram um manifesto sobre a operação de fiscalização e agendaram um debate com empresários, artistas, representantes da prefeitura e da Associação de Entretenimento do Rio. O grupo defende a necessidade de revisão da legislação sobre o tema. O Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico é de 1976.

"Não interessa à sociedade a criação de pânico e nem à indústria do entretenimento oferecer serviços sem atender às normas de segurança. Somos todos responsáveis, queremos trabalhar na legalidade. Porém é difícil vencer a burocracia no Rio, precisamos de uma nova legislação", afirmam no manifesto.

De acordo com o grupo, "mesmo casas que atendem às normas de segurança estão sendo interditadas por questões burocráticas, levando a prejuízos morais e financeiros que levarão rapidamente à falência dessas empresas". "É dever da Câmara de Vereadores e do Executivo atualizar o zoneamento urbano e compreender que a dinâmica da cidade mudou muito em 40 anos. A cidade de São Paulo já criou comissão com empresários e priorizou questões de segurança, suspendendo fiscalização de alvarás nesse momento, para a avaliação e estudo de mudanças na legislação. A burocracia é inimiga da sociedade. Cria distorções e impede o desenvolvimento econômico e social. Os empreendedores do Rio querem ser tratados com respeito e seriedade."

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasIncêndio de Santa MariaIncêndiosMetrópoles globaisRio de Janeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame