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Bangu está barril de pólvora, diz operador de Cabral

Luiz Carlos Bezerra pediu prisão domiciliar por iminência de rebelião no presídio

Rebeliões: nos últimos dias diversas rebeliões aconteceram no país (Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 15h22.

São Paulo - Apontado pela Operação Calicute como operador financeiro do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), Luiz Carlos Bezerra quer sair do Complexo de Bangu, onde está preso preventivamente desde 17 de novembro.

Em pedido ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, a defesa de Bezerra afirmou que Bangu está um "barril de pólvora" desde "a chegada de 600 presos da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos)" e pediu a conversão da custódia em domiciliar.

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"No que concerne à ameaça à integridade física, o requerente sofre seríssimo risco de vida, ante à iminência de uma rebelião no presídio José Frederico Marques (Bangu 10)", afirmam os advogados Ranieri Mazzili Neto e Marcelo Camara Py.

O ex-governador também está em Bangu. Ele é investigado por suposto recebimento de uma fabulosa mesada de empreiteiras - pelo menos R$ 850 mil todo mês da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia.

Luiz Carlos Bezerra é suspeito de levar "com frequência" ao escritório de Adriana Ancelmo, mulher de Sergio Cabral, "valores em espécie" - as quantias chegavam a até R$ 300 mil em dinheiro vivo levado "numa mochila", diz a investigação.

Segundo Michelle Tomaz Pinto, ex-secretária de Adriana, as visitas de Bezerra ocorriam geralmente às sextas-feiras. Ela disse ter presenciado "as entregas" durante os anos de 2014 e 2015.

Ao pedir prisão domiciliar para Luiz Carlos Bezerra, os advogados apontaram para o empresário Paulo Magalhães Pinto, que estaria fazendo delação premiada. Capturado em novembro pela Calicute, Magalhães foi transferido para o regime domiciliar em 11 de janeiro.

Ao tirar o empresário de Bangu, o juiz Bretas viu "situação de risco" à integridade física de Magalhães "em razão da notícia sobre a delação".

O magistrado impôs ainda seis medidas cautelares a Magalhães - afastamento da direção e da administração das empresas envolvidas nas investigações, ficando proibido de ingressar em quaisquer de seus estabelecimentos, e suspensão do exercício profissional de atividade de natureza empresarial, financeira e econômica; recolhimento domiciliar integral; comparecimento quinzenal em juízo, para informar e justificar atividades, com proibição de mudar de endereço sem autorização; obrigação de comparecimento a todos os atos do processo, sempre que intimado na pessoa do seu advogado; proibição de manter contato com os demais investigados, por qualquer meio; e proibição de deixar o País.

Outro lado

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informa que Luiz Bezerra encontra-se na Cadeia Pública José Frederico Marques.

Já Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho encontra-se na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira. Ambas estão localizadas no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

A Seap informa ainda que transferências são ações cotidianas no sistema penitenciário.

Ressaltamos que há um plano de segurança para manter a rotina das unidades prisionais.

Mais informações não serão divulgadas por questões de segurança.

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