Baixa na equipe econômica: secretário da reforma administrativa se demite
Wagner Lenhart pediu demissão para iniciar "um novo ciclo pessoal e profissional", diz, em nota
Alessandra Azevedo
Publicado em 12 de março de 2021 às 17h33.
O Ministério da Economia perdeu mais um quadro importante nesta sexta-feira, 12. O secretário de Gestão e Desempenho Pessoa, Wagner Lenhart, um dos principais responsáveis pela reforma administrativa, anunciou a saída do cargo. O motivo, segundo nota divulgada pela pasta, é "o início de um novo ciclo pessoal e profissional".
No lugar de Lenhart, assume o atual secretário-adjunto, Leonardo Sultani."Comunico meu pedido de exoneração do cargo de Secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia. Com a proximidade do nascimento do meu primeiro filho e o início de um novo ciclo pessoal e profissional, entendo que é o momento de fazer a sucessão na Secretaria", diz a nota.
Lenhart deve passar a trabalhar na iniciativa privada. Segundo ele, a reforma administrativa continuará andando, mesmo com a troca na Secretaria. "Nossa gestão sempre considerou fundamental repensar a administração pública, propondo um modelo mais digital, moderno e focado no cidadão", afirma.
O pedido de demissão de Lenhart foi anunciado pouco depois da saída do então secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), Amaro Gomes. No início de março, em meio a reações negativas do mercado a respeito da ingerência do governo em estatais, ele também pediu para deixar o cargo, mas afirmou que a saída já era programada.
Reforma administrativa
O texto da reforma, enviado em setembro de 2020 pelo governo, com a participação de Lenhart, ainda não foi votado no Congresso. A proposta prevê mudanças no serviço público, como o fim da estabilidade para a maioria das carreiras e revisão de benefícios, como licença-prêmio e progressão de carreira baseada apenas em tempo de serviço.
Ao ser eleito presidente da Câmara, Arthur Lira ( PP-AL) apontou a reforma administrativa como uma das prioridades da Casa. No fim de fevereiro, o deputado afirmou que a proposta poderia ser votada em dois meses. As novas regras, segundo ele, só valerão para novos servidores.