Brasil

Auxiliares de Bolsonaro defendem que governo não se envolva em caso de deputado preso

Prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ) foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito das fake news

Silveira: Comentando o episódio sem saber a reação do chefe do Executivo, esses auxiliares defenderam que o Planalto não deve interferir e evitar uma novo tensionamento na relação com a Corte (Agência Câmara de Notícias/Agência Câmara)

Silveira: Comentando o episódio sem saber a reação do chefe do Executivo, esses auxiliares defenderam que o Planalto não deve interferir e evitar uma novo tensionamento na relação com a Corte (Agência Câmara de Notícias/Agência Câmara)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 09h26.

Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro defendem que o Palácio do Planalto não se envolva na prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), embora seja um dos parlamentares mais próximos do chefe do Executivo.

Silveira foi preso na noite desta terça-feira em sua casa em Petrópolis (RJ) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o parlamentar ter divulgado um vídeo no qual proferia ataques e ofensas aos ministros da Corte. O deputado fez apologia a agressões físicas contra os ministros e defendeu a "destituição" deles.

A notícia da prisão do deputado chegou quando o presidente Jair Bolsonaro já havia se recolhido para dormir no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul, Santa Catarina, onde passou o feriado de Carnaval.

Minutos após a prisão, integrantes do governo disseram ao GLOBO, em caráter reservado, terem sido surpreendidos pela prisão e relataram temor de uma nova crise entre os Poderes.

Comentando o episódio sem saber a reação do chefe do Executivo, esses auxiliares defenderam que o Planalto não deve interferir e evitar uma novo tensionamento na relação com a Corte.

Embora tenha bom trânsito no governo, o parlamentar foi criticado pelo vídeo. Na opinião de uma pessoa próxima a Bolsonaro, Silveira fez "ataques gratuitos e generalizados" e extrapolou o direito de se manifestar ao "desafiar, xingar e desqualificar" ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo este integrante do governo, apesar das divergências com a Corte não há como o governo apoiar Silveira.

Outro auxiliar observou que o Executivo deve deixar a questão ser resolvida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do Planalto. Entretanto, a decisão final é sempre do presidente, que nem sempre costuma seguir conselhos de auxiliares.

Daniel Silveira é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, que apura a organização e realização de manifestações com ataques ao Legislativo e ao Judiciário, e também no inquérito das fake news, que apura ataques aos ministros da corte.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesJair BolsonaroPrisõesSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

AGU notifica Meta sobre decisão que encerra checagem de fatos nos EUA para saber planos para Brasil

Corpo de fotógrafo brasileiro desaparecido em Paris é encontrado no Rio Sena

Governo de SP anuncia construção da 3ª pista no Sistema Anchieta-Imigrantes

Ministro de Minas e Energia busca investimentos da ADNOC em gás e fertilizantes no Brasil