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Ato em defesa do Sistema Cantareira pede racionamento

Os cerca de 300 manifestantes estenderam uma faixa com os dizeres "Salvem o Cantareira - Água para Todos"


	Sistema Cantareira: ambientalistas e políticos se uniram no alerta para risco de que região sudeste de São Paulo tenha desenvolvimento econômico afetado pela escassez de água
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema Cantareira: ambientalistas e políticos se uniram no alerta para risco de que região sudeste de São Paulo tenha desenvolvimento econômico afetado pela escassez de água (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 18h28.

Sorocaba - Manifestantes pediram "racionamento já" durante ato em defesa do Sistema Cantareira, realizado nesta sexta-feira, 25, no leito seco da Represa Jaguari-Jacareí, entre Piracaia e Joanópolis, na região de Campinas.

O coro fez eco a discursos de deputados, vereadores e ambientalistas defendendo medidas de restrição ao consumo na Grande São Paulo equivalentes às adotadas nas cidades abastecidas pelas bacias do Piracicaba, Jundiaí e Capivari (PCJ).

A maioria das cidades está sob racionamento ou rodízio em razão da crise hídrica que afeta a região.

Parte da água desses rios que abastecem a região é retida nos reservatórios do Cantareira para abastecer a Grande São Paulo.

Os cerca de 300 manifestantes estenderam uma faixa com os dizeres "Salvem o Cantareira - Água para Todos".

Ambientalistas e políticos se uniram no alerta para o risco de que a região sudeste de São Paulo, uma das que mais crescem no país, tenha seu desenvolvimento econômico afetado pela escassez de água.

Alguns grupos levavam cartazes e galões vazios. De mãos dadas, eles deram um abraço simbólico nos pilares da ponte da Rodovia José Augusto Freire (SP-36), cravados na terra seca.

A lâmina de água, que no ano passado quase chegava à ponte, agora está recuada à distância de um quilômetro - o nível do maior reservatório do Sistema Cantareira é de apenas 4,1%, enquanto o sistema todo operava nesta sexta-feira com 11,4%.


Durante a manifestação foi aprovado um documento elaborado pelo Consórcio PCJ com 39 reivindicações aos órgãos gestores e autoridades, entre elas as que propõem a decretação de calamidade pública e a redução imediata de 50% no consumo para evitar o uso do volume morto do Sistema Cantareira.

A captação dessa água do fundo dos reservatórios, já autorizada pelo governo, pode comprometer definitivamente o sistema, segundo o PCJ. O documento não faz menção expressa a rodízio ou racionamento.

A decretação de calamidade, segundo o PCJ, facilitará às prefeituras a obtenção de recursos para estimular o uso racional da água.

O texto também sugere a limitação na expansão urbana em áreas críticas de abastecimento e pede a liberação de recursos para obras que aumentem a disponibilidade de água nas áreas do PCJ.

O documento, já entregue aos deputados que estiveram no evento, será encaminhado na segunda-feira a órgãos gestores do sistema hídrico e aos parlamentos e governos do Estado e da União.

O Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que esteve à frente da manifestação, é formado por vereadores de 43 municípios, além de usuários industriais, prefeituras, serviços de saneamento, universidades, sociedade civil organizada, promotoria pública e comunidade.

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