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Ato contra Bolsonaro convocado por mulheres reúne milhares em cidades

Numa onda semelhante ao "#MeToo", grupos em redes sociais com milhões de seguidores começaram a pregar o "#EleNão"

Crianças com pinturas que dizem "Ele não" em protesto contra Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro: manifestantes contrários ao candidato se reuniram na Cinelândia, no centro (Ana Carolina Fernandes/Reuters)

Crianças com pinturas que dizem "Ele não" em protesto contra Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro: manifestantes contrários ao candidato se reuniram na Cinelândia, no centro (Ana Carolina Fernandes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 17h42.

São Paulo - Milhares saíram às ruas de várias cidades do país neste sábado para protestar contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, em manifestação convocada por mulheres que reuniu uma diversidade de pessoas.

No Largo da Batata, em São Paulo, crianças e idosos eram vistos em meio à multidão.

"Não quero um presidente fascista, de extrema-direita e completamente ignorante. Um Trump piorado, que prega violência e se vale de um discurso sem profundidade e preconceituoso. Estou aqui porque o mundo é para todos", disse à Reuters a cineasta Ana Poeta na capital paulista.

No Rio, manifestantes contrários ao candidato se reuniram na Cinelândia, no centro, enquanto um grupo a favor de Bolsonaro se concentrou na praia de Copacabana.

Houve manifestações também em cidades fora do Brasil.

"Estamos, hoje, juntas e de cabeça erguida nas ruas de todo o Brasil porque um candidato à Presidência do país, com um discurso fundado no ódio, na intolerância, no autoritarismo e no atraso, ameaça nossas conquistas e nossa já difícil existência. Estamos na rua porque seu programa político econômico é um retrocesso, uma reprodução piorada das políticas terríveis do (presidente, Michel) Temer", diz manifesto de mulheres contra Bolsonaro.

Numa onda semelhante ao "#MeToo", em que mulheres cobram punições a autores de assédio e direitos iguais aos dos homens, grupos em redes sociais com milhões de seguidores começaram a pregar o "#EleNão", voto contra Bolsonaro nas eleições. Artistas, como a cantora Daniela Mercury e a atriz Claudia Raia, também aderiram ao movimento.

Adversários de Bolsonaro, que recebeu alta do hospital neste sábado 23 dias após ser esfaqueado, também têm explorado essas polêmicas do candidato a fim de pregar o voto das mulheres contra ele.

"O Brasil tem uma dívida com as mulheres, uma dívida em relação à violência, muita impunidade... Uma sociedade plural, que quer ser justa, como a brasileira, não pode permitir a discriminação contra as mulheres", disse o candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin, durante campanha em São Paulo.

Bolsonaro se envolveu em discussões públicas com mulheres e declarações do líder das pesquisas têm dividido opiniões e alimentado movimentos contrários e em apoio ao candidato por parte do eleitorado feminino.

Em Manaus, o candidato do PT, Fernando Haddad, destacou o papel das mulheres na sociedade e em seu eventual governo.

"Nossa equipe vai ter muitas mulheres, nós queremos inclusive fixar meta", afirmou Haddad, elogiando sua vice, Manuela d´Ávila.

"A Manuela vai ter papel não só como vice, mas como uma agente política importante. Ela dialoga com toda juventude brasileira e nós queremos que o protagonismo da juventude e da mulher esteja presente", acrescentou.

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