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Até a noite de sábado, rodovias tinham 586 bloqueios de caminhoneiros

O maior número de estradas interditadas até a noite deste sábado está no Rio Grande do Sul. São Paulo possui apenas 1 ponto interditado

Greve dos caminhoneiros na Rodovia Régis-Bittencourt em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)

Greve dos caminhoneiros na Rodovia Régis-Bittencourt em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de maio de 2018 às 08h02.

Última atualização em 27 de maio de 2018 às 08h10.

Brasília - O último balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado na noite de sábado, 26, mostrava que ainda havia 586 bloqueios em rodovias brasileiras e 577 pontos tinham sido desbloqueados. A greve dos caminhoneiros chega ao sétimo dia neste domingo, 27.

No início da manhã de sábado, eram 387 pontos bloqueados e 132 liberados. Mas no decorrer do dia, a PRF apresentou novos índices. No início da tarde, a PRF informou que o número de pontos de manifestações identificados em rodovias federais tinha aumentado de 938, registrados na sexta, 24, para 1.140.

Desse total de 1.140 identificados, 544 pontos foram liberados ainda no sábado. Entretanto, o número de pontos que continuavam bloqueados, ainda que parcialmente, de sexta para sábado aumentou, de 519 para 596 - ou 52% do total de trechos com alguma manifestação. Segundo a PRF, esse número tem alta toda vez que há uma dispersão, pois grupos tendem a se espalhar e acabam interferindo em outros pontos.

O maior número de estradas interditadas até a noite deste sábado está no Rio Grande do Sul (94). Já o Estado que teve o maior número de estradas liberadas é Pernambuco (66). São Paulo possui apenas um ponto ainda interditado e 40 já liberados. Os Estados do Acre, Amazonas e Amapá não possuem mais interdições.

UM RESUMO DA GREVE NESTE SÁBADO EM ALGUNS ESTADOS

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está multando quem se recusa a sair da pista e policiais estão escoltando caminhões-tanque das refinarias até seu destino final. Na maior parte das grandes e médias cidades, a frota do transporte público foi reduzida de 30% e 40%. Os atendimentos hospitalares se limitaram às emergências e às ambulâncias. Marcações de consulta e cirurgias foram adiadas. Em algumas cidades, como Brasília, os postos estão voltando a ter combustíveis, mas as filas de motoristas continuam enormes. Em São Paulo, muitas estradas permanecem bloqueadas e o combustível é suficiente somente até segunda-feira para os serviços essenciais. A polícia e governo estadual negociam a liberação das rodovias.

Veja como foi o sexto dia de paralisação dos caminhoneiros:

São Paulo

O governador Márcio França anunciou a suspensão da cobrança do eixo suspenso, usado pelos caminhões que trafegam sem carga total, nos pedágios das rodovias paulistas. A medida faz parte de um pacote de medidas negociado para a desobstrução das estradas. O interrupção da cobrança começa a vigorar a partir da 0h de terça-feira (29), prazo negociado pelos líderes dos caminhoneiros para liberação das rodovias, principalmente trechos da Régis Bittencourt (que liga aos estados do Sul) e do Rodoanel (que interliga rodovias na região metropolitana paulista). França prometeu ainda retirar as multas aplicadas pela Polícia Rodoviária aos caminhoneiros parados nas rodovias.

Já o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que o combustível para a maior parte dos serviços essenciais está garantido até segunda-feira (28). A prefeitura decidiu manter, por tempo indeterminado, o estado de emergência.

Governo de São Paulo interrompe cobrança de eixo suspenso de caminhões nas rodovias paulistas Arquivo/Priscila Rangel/Agência Brasil

Municípios da grande São Paulo e do interior também decretaram situação de emergência.

Guarulhos operou com 30% da frota de transporte público e amanhã (27) terá 25% dos ônibus nas ruas. Na segunda-feira (28), está prevista uma frota de 40% dos veículos. Foram suspensos serviços de zeladoria, tapa-buracos, feiras livres e coleta de lixo doméstico. A coleta de resíduo hospitalar terá prioridade nas unidades de maior movimento. O serviço funerário está garantido até quarta-feira (30).

Já Diadema suspendeu as coletas de análises clínicas e o transporte de fisioterapeutas. O recolhimento dos Ecopontos (entulho, madeira, móveis e sobra de construção) está suspenso, já que foi priorizada coleta de lixo doméstico - o combustível para remoção de lixo dura até terça-feira (29).

Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro permanece em estágio de atenção. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio diz que com a manutenção da greve dos caminhoneiros, o desabastecimento de combustível "afeta drasticamente a mobilidade no município". Em uma escala de três, o estágio de atenção está no segundo nível e significa que um ou mais incidentes impactam, no mínimo, uma região, provocando reflexos relevantes na mobilidade.

Parte do BRT, sistema de ônibus expresso do Rio de Janeiro, voltou a funcionar, com 28 ônibus articulados em circulação. Cinco caminhões-tanque deixaram a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, para abastecer o BRT.

Por falta de combustível, o transporte de barcas entre o Rio e Niterói foi totalmente suspenso neste sábado.

O Exército disponibilizou um contingente de soldados para dar apoio à Polícia Militar (PM) na segurança em torno da Reduc.

A Polícia Rodoviária Federal determinou que caminhoneiros parados no acostamento da BR-040 retirem caminhões em frente à Reduc (Vladimir Platonow / Agência Brasil)

Brasília

O abastecimento de combustível no Distrito Federal deverá estar normalizado até segunda-feira (28), informou o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis). Segundo a entidade, que representa os postos de gasolina, hoje (26) foram entregues mais 3 milhões de litros em diversos postos da capital federal e de cidades próximas.

De acordo com o sindicato, o abastecimento amanhã (27) funcionará em esquema de plantão e os caminhões continuarão a ser escoltados por policiais. Para o governador Rodrigo Rollemberg, está descartada a possibilidade de decretar estado de emergência. A prioridade, segundo ele, concentra-se em saúde, segurança e transporte público. Rollemberg suspendeu a cobrança de multas de motoristas que fazem fila dupla e param nas pistas à espera do abastecimento nos postos.

O abastecimento de combustível no Distrito Federal deve ser normalizado até segunda-feira.

Salvador

Os serviços de limpeza urbana também foram afetados em várias capitais. Em Salvador, o prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto assegurou que os serviços funcionarão, mas não na sua totalidade. Também na capital baiana foi mantido o mutirão de vacinação contra o vírus da gripe.

Manaus

Em decorrência dos impactos da paralisação dos caminhoneiros, a cidade de Manaus entrou em estado de emergência. O prefeito Arthur Virgílio Neto decretou a medida por causa da falta de combustíveis na capital amazonense. O decreto ficará em vigor até a normalização do serviço de abastecimento.

Sergipe

Os caminhoneiros estacionados em vários pontos no acostamento da BR 101, no trecho que passa por Sergipe, deixaram o local após notificação de decisão judicial. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os caminhoneiros estavam nas chamadas áreas de segurança, como pátios dos postos de combustíveis. Os manifestantes permitiram que caminhões com carga viva, medicamentos e insumos hospitalares seguissem a viagem.

Apesar disso, a frota de transporte coletivo de Aracaju sofreu redução de 50% neste fim de semana por causa dos baixos estoques de diesel.

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