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Após suspensão da reorganização, secretário deve sair

O secretário já teria apresentado seu pedido de demissão, que será avaliado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB)


	O secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, e governador Geraldo Alckmin São Paulo: a reorganização previa o fechamento de 93 escolas
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, e governador Geraldo Alckmin São Paulo: a reorganização previa o fechamento de 93 escolas (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 14h01.

São Paulo - Depois da suspensão do projeto de reorganização da rede estadual de São Paulo, anunciado nesta sexta-feira, 4, o secretário de Educação, Herman Voorwald, deve ser substituído do cargo.

A reportagem apurou que ainda há discussões internas no Palácio dos Bandeirantes para definir o nome do substituto.

O secretário já teria apresentado seu pedido de demissão, que será avaliado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A possível saída decorre da avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgate político do governador em 2015. A reportagem tentou falar com o secretário, mas não obteve resposta.

O secretário não teria conseguido emplacar a tese de que o movimento era político e partidário.

Ele teria, ainda, apresentado ao Palácio dos Bandeirantes avaliações imprecisas sobre o cenário e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de diálogo com os líderes do movimento para desmobilizar as ocupações.

A avaliação entre os tucanos paulistas é que a resistência ao processo de reorganização e as ocupações vinham causando um desgate a Alckmin maior até que a crise hídrica.

Segundo a pesquisa Datafolha divulga nesta sexta-feira, 4, seis em cada dez paulistas são contra a reorganização e 55% dos entrevistados apoiam as ocupações.

O levantamento também revelou que Alckmin nunca enfrentou uma rejeição tão alta: 40% dos entrevistados classificam a gestão como regular, 30% como ruim e péssima e apenas 20% como ótima e boa.

A reorganização previa o fechamento de 93 escolas e a transformação de 754 unidades em ciclos únicos.

O argumento é de que o projeto provocaria melhora nos indicadores educacionais.

Além da oposição de alunos e professores, instituições como a USP, Unicamp, Unesp e UFABC se posicionaram contrários ao projeto.

Uma das críticas de especialistas e alunos é que o governo não havia realizado discussões sobre o projeto antes de anunciá-lo.

Espaço

A primeira sinalização de que Voorwald estava enfraquecido aconteceu quando o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, foi escalado para negociar com o movimento.

Antes disso, causou constrangimento interno no governo a entrevista do secretário em que ele afirmou que tem "vergonha" dos resultados da educação do Estado, concedida no último dia 25 à rádio CBN.

Voorwald assumiu a secretaria em 2011, quando deixou o cargo de reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

No início do ano, sua saída já foi dada como certa, mas, naquele momento, o governo não conseguiu encontrar um substituto.

Em setembro, o secretário participou de processo seletivo para a reitoria do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), tentativa posteriormente abandonada antes do resultado final.

Além de enfrentar a ocupação de escolas, o secretário conviveu no primeiro semestre neste ano com a maior greve de professores da escolas. O governo não concedeu reajuste aos professores neste ano.

Recuo

Em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin anunciou a suspensão, afirmou que os alunos estudarão em 2016 em suas escolas e que será aberto diálogo com cada uma das unidades.

"Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e dos familiares, com suas dúvidas e preocupações. Nossa decisão é de adiar a reorganização", afirmou Alckmin, que, no pronunciamento, citou o papa Francisco, que afirma preferir o diálogo à violência.

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