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Após obter 2 milhões de votos em SP, Boulos inicia viagens pelo Brasil

PSOL deu início à estratégia de nacionalizar a figura de Guilherme Boulos após eleições municipais

Guilherme Boulos: PSOL estuda dar um cargo formal a Boulos na direção partidária para facilitar a estratégia (NELSON ALMEIDA / Colaborador/Reuters)

Guilherme Boulos: PSOL estuda dar um cargo formal a Boulos na direção partidária para facilitar a estratégia (NELSON ALMEIDA / Colaborador/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 17h57.

Passadas duas semanas do segundo turno das eleições municipais, o PSOL deu início à estratégia de nacionalizar a figura de Guilherme Boulos, segundo colocado na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Boulos viajou nesta segunda-feira (14) para Belém acompanhado do presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, para encontros com o prefeito eleito da capital paraense, Edmilson Rodrigues (PSOL), e lideranças da esquerda. Uma agenda de viagens pelo Brasil está prevista para início do ano que vem, a depender das condições sanitárias em função da pandemia do novo coronavírus

No Pará, o líder do MTST participou de um encontro com representantes dos partidos que compuseram a aliança que levou Rodrigues à vitória. Único prefeito de capital eleito pelo PSOL em 2020, ele foi um dos poucos candidatos de esquerda que conseguiu reunir um amplo arco de alianças ainda no primeiro turno com o apoio do PT, PDT, PC do B, Rede e UP.

A composição da frente que elegeu Rodrigues reforça a intenção anunciada por Boulos de aproveitar a visibilidade conquistada na eleição paulistana para trabalhar pela unidade da esquerda na disputa pela Presidência em 2022. O PSOL estuda dar um cargo formal a Boulos na direção partidária para facilitar a estratégia.

Um dos objetivos da viagem a Belém é conhecer as primeiras medidas a serem adotadas pela nova administração e difundir as mesmas pelo restante do País. Na reunião de ontem com representantes dos demais partidos de esquerda, Boulos lembrou que, apesar de ter perdido em várias capitais, o campo teve bom desempenho em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Recife e Fortaleza.

"Eu lembro que quando acabou a eleição de 2018 e o Bolsonaro ganhou teve um monte de gente que se apressou para dizer que a esquerda estava morta, que não tinha espaço para as ideias de esquerda e que a gente viveria um período longo de hegemonia dessa visão autoritária, intolerante. Passaram só dois anos e a esquerda ganhou aqui em Belém com o Edmilson, a esquerda foi ao segundo turno em São Paulo, mobilizou, encantou a juventude. A esquerda disputou valores, porque não disputamos só votos. Nossa disputa é cultural", disse Boulos.

A ideia inicial do PSOL era iniciar o giro pelo país logo depois do segundo turno mas Boulos foi diagnosticado com a covid-19 três dias antes da eleição e precisou cumprir quarentena.

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