(Washington Costa/Ministério da Economia/Agência Senado)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 30 de junho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 30 de junho de 2021 às 10h47.
Depois de não ter comparecido ao primeiro depoimento marcado para o dia 17 de junho, o empresário Carlos Wizard Martins depõe neste momento para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 no Senado nesta quarta-feira, 30, a partir das 9h. Ele é apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.
O empresário disse que não compareceu à primeira convocação porque estava nos Estados Unidos desde 30 de março. Wizard tentou inicialmente ser ouvido por videoconferência, o que foi negado. Logo depois conseguiu um habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para não responder a perguntas que o incriminem.
Irritados com a ausência, os integrantes da CPI chegaram e pedir a condução coercitiva do empresário, que foi autorizada pelo STF. Os parlamentares acionariam a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para localizar Wizard, mas advogados do empresário procuraram os senadores e informaram que o cliente se apresentaria em data e hora agendadas pela comissão.
Wizard chegou ao Brasil na segunda-feira, 28, e teve o seu passaporte retido no momento do desembarque no aeroporto de Viracopos, em São Paulo. A apreensão também foi autorizada pelo Supremo.
À CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, no rol dos investigados da comissão, afirmou que o empresário atuou informalmente como seu conselheiro da pasta por um mês. Wizard foi até indicado para uma secretaria do órgão, mas recusou o convite.
Quando ouvida pela comissão, em 1º de junho, a médica Nise Yamaguchi, também apontada como integrante do “assessoramento paralelo”, disse que ela e Wizard participaram da criação de "uma conselho consultivo independente", sem vínculo oficial com o Ministério da Saúde.
“A gente queria oferecer o conhecimento de uma forma organizada, sem que houvesse um vínculo oficial. E o que teve foi um conselho consultivo independente. Aliás, várias pessoas acabaram não ficando, porque, antes de ele começar, acabou havendo uma perseguição tão grande da mídia que a gente acabou dissolvendo o grupo”, disse Nise.
Em depoimento à comissão no dia 9 de junho, o ex-secretário-geral do Ministério da Saúde Elcio Franco afirmou ter tido uma reunião com empresários, entre eles Wizard e Luciano Hang, para tratar da ideia da compra de vacinas para os funcionários de suas empresas.
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