Amoêdo não apoiará Bolsonaro nem Haddad no segundo turno
João Amoêdo (Novo) falou durante o evento Amarelas ao Vivo, da Revista VEJA; criticou duramente Bolsonaro e prometeu privatizar estatais
Guilherme Dearo
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 11h10.
Última atualização em 9 de outubro de 2018 às 09h33.
Reportagem publicada em 19 de setembro de 2018
São Paulo - João Amoêdo fez críticas duras a Bolsonaro e Haddad, disse que não vai apoiar ninguém no segundo turno e nem aceitaria um cargo no governo de outro candidato. A fala do candidato à presidência pelo Partido Novo se deu para uma plateia em São Paulo hoje (19), durante o evento Amarelas ao Vivo, da Revista VEJA.
Confira os principais pontos da conversa:
Apoiar alguém no segundo turno? - Amoêdo deixou claro que não concorda com as propostas de Fernando Haddad ou Jair Bolsonaro (os dois candidatos que, atualmente, lideram as pesquisas eleitorais) e que, assim, não os apoiaria em um segundo turno. "Estamos em uma eleição do medo, quando deveríamos estar em uma eleição da esperança. Tenho muita dificuldade em apoiar qualquer um deles como presidente do Brasil. O PT, com Lula preso, mensalão, petrolão. Imagine. O outro [Bolsonaro] tem 29 anos no Congresso e não fez nada, só lembro dele elogiando um torturador e brigando com a Maria do Rosário e com o Jean Wyllys. Não vejo nenhum dos dois resolvendo os problemas do Brasil".
Bandido bom é bandido morto? - Questionado sobre essa frase polêmica que costuma atrair a simpatia de muitas pessoas e de um candidato específico nessa eleição, Amoêdo foi categórico: "A frase é infeliz. Não dá para achar que com slogans e bravatas as coisas serão resolvidas. É boa para o sujeito colocar no Twitter, mas não resolve o problema".
Desigualdade e pobreza - Sobre um tweet antigo que causou polêmica, no qual o candidato fala que ele não combaterá a desigualdade, sim a pobreza, e que pobreza se faz com crescimento e criação de riqueza, não com distribuição de renda, ele se defendeu: "Acredito que é preciso combater a pobreza. Porque combater desigualdade é fácil, basta deixar todo mundo mais pobre. O Afeganistão é menos desigual que o Japão, mas isso não quer dizer que ele é melhor. O ataque fundamental tem que ser a pobreza".
Famosos no Novo - Amoêdo falou sobre as aproximações com Bernardinho e Luciano Huck. "Com o Bernardinho a gente discutiu uma candidatura para o governo do Rio, mas ele não aceitou. Mas ele está filiado desde 2016 e tem apoiado o partido, servido de embaixador. Já Luciano Huck foi diferente, no caso foi só uma conversa, onde apresentamos as nossas ideias para ele".
Liberdade do cidadão - Amoêdo foi questionado sobre ele defender a liberdade do cidadão para escolher, mas ter visões diferentes quando o assunto é drogas e armas. Ele acha que armas o cidadão pode optar por ter. Drogas, não defende o seu uso livre. Ele se defendeu: "São questões diferentes. Na questão do porte de armas o referendo mostrou que a maioria votou contra o Estatuto do Desarmamento. Mas a liberação não é nosso plano para a segurança do País. Na questão das drogas, em vários países as medidas ainda são experimentais e precisam ser vistas com calma".
Qual seria a marca do governo João Amoêdo? - "Um Brasil com mais liberdade econômica, menos burocracia e carga tributária mais simples, foco na educação básica", respondeu.
Privatização das empresas - "Somos contra o governo cuidar de qualquer empresa. Iríamos privatizar os Correios, a Petrobras, o Banco do Brasil, tudo. Uma privatização para dar mais escolha e concorrência ao cidadão brasileiro".
Ministérios - "Seriam no máximo 12 ministérios. Com 12 e com gente competente você consegue dar um espírito de time. Hoje, muitos dos ministérios existem porque se tornam pagamento de favores de coligações. Ministério da Pesca, por exemplo, não vejo sentido. Poderia ir para o de Infraestrutura. Meio-ambiente e Agricultura poderiam estar juntos. Fazenda e Planejamento também".