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Alckmin e Haddad pedem plano comum para Haitianos

Alckmin se referiu à vinda de imigrantes organizada pelo governo do Acre como "despejar pessoas", enquanto Haddad defendeu o Estado


	O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT): as declarações aconteceram depois de uma semana de troca de farpas entre lideranças políticas
 (Fernando Pereira/Prefeitura de São Paulo)

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT): as declarações aconteceram depois de uma semana de troca de farpas entre lideranças políticas (Fernando Pereira/Prefeitura de São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 11h43.

São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito Fernando Haddad (PT) defenderam na manhã desta terça-feira, 29, o planejamento como a melhor forma de receber os imigrantes haitianos que chegam a cidade.

Alckmin se referiu a vinda de imigrantes organizada pelo governo do Acre como "despejar pessoas", enquanto Haddad defendeu o Estado governado por Tião Viana (PT), ao dizer que durante anos o Acre recebeu os refugiados haitianos sozinho.

As declarações foram feitas após inauguração de um túnel do Complexo Viário Polo Itaquera, na zona leste da cidade, na qual o governador e o prefeito estavam presentes.

De acordo com o governador, a secretária estadual de justiça, Eloisa Arruda, e o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, se encontrarão nos próximos dias para discutir a vinda e a situação dos haitianos na cidade.

"São Paulo é terra cosmopolita que recebe a todos e tem imigrantes do mundo inteiro, mas precisa ter planejamento. Não pode é despejar pessoas de forma desumana, sem ter um local adequado para ficar, sem estar preparado para recebê-las", disse Alckmin.

Já o prefeito Fernando Haddad, além de destacar a abertura da cidade para imigrantes do mundo inteiro também destacou o recebimento de haitianos pelo Estado do Acre.

"O Acre há muito tempo vem acolhendo essa imigração em virtude dos desastres que ocorreram no Haiti e que representaram um problema humanitário de enorme complexidade. O Acre vem fazendo esse papel quase que isoladamente e agora o Brasil contribui", disse o prefeito.

"A única coisa que pedimos é que nós possamos nos organizar, tendo previsibilidade sobretudo para não onerar as Ongs que trabalham nesse tipo de acolhimento", completou.

Na segunda-feira, 28, o secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili, fez a primeira crítica municipal à forma como o governo do Acre tem enviado os imigrantes, ao dizer que São Paulo se tornou local de "despejo" para os refugiados.

As declarações aconteceram depois de uma semana de troca de farpas entre lideranças políticas. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) acusou o Acre de ser "irresponsável" por não avisar sobre o envio dos refugiados.

O governador do Acre, por sua vez, vem dizendo que a "elite paulista" não quer os haitianos por "preconceito".

Números

De acordo com a Prefeitura, desde o início de abril, pelo menos 800 haitianos chegaram do Acre. Do total, 400 conseguiram se estabelecer em casas de amigos, parentes, ou foram para outras cidades no Sul do País.

O restante ficou abrigado em São Paulo: 120 em albergues da Prefeitura e outros 280 na Casa do Migrante da Igreja Católica, no Glicério, no centro.

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