Brasil

Alckmin e Doria participam juntos de reunião em igreja evangélica em SP

Encontro mostra esforço de Alckmin na busca do eleitorado evangélico, especialmente o que demonstra disposição em apoiar Jair Bolsonaro

Alckmin participou na manhã desta quinta-feira, 23, de uma reunião com pastores paulistas da Igreja Mundial do Poder de Deus (Paulo Whitaker/Reuters)

Alckmin participou na manhã desta quinta-feira, 23, de uma reunião com pastores paulistas da Igreja Mundial do Poder de Deus (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de agosto de 2018 às 12h31.

São Paulo - O candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) participou na manhã desta quinta-feira, 23, de uma reunião com pastores paulistas da Igreja Mundial do Poder de Deus. Ele estava acompanhado do candidato ao governo de São Paulo de seu partido, João Doria. O evento foi fechado à imprensa e, de acordo com religiosos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a presença dos políticos não foi informada previamente na convocação enviada aos pastores.

À reportagem, Alckmin classificou como "boa" a reunião com os pastores, com "muitas orações", no evento que contou com lideranças evangélicas da Igreja comandada pelo apóstolo Valdemiro Santiago. Em seguida, quando questionado se havia recebido apoio oficial da Igreja e de Santiago, disse que "não" e afirmou apenas que Valdemiro é um "amigo".

O tucano falou com a reportagem a caminho do aeroporto de Congonhas - ele estava em um táxi. Alckmin segue para Pernambuco.

Liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, a Mundial tem 20 anos, está presente em cerca de 20 países e afirma reunir, apenas em dizimistas cadastrados, 1 milhão de fiéis.

Em busca do eleitorado evangélico, especialmente o que demonstra disposição em apoiar Jair Bolsonaro (PSL), líder das intenções de voto no cenário sem Lula, uma declaração de voto de Santiago poderia ajudar Alckmin, católico fervoroso, a disputar com mais força a fatia dos eleitores cristãos, disputada ainda por Marina Silva (Rede).

Em 2017, o apóstolo sofreu um atentado. Ele foi esfaqueado durante um culto. Na época, Alckmin o chamou de amigo.

A presença de Doria reforçou a estratégia. Em 2016, quando foi eleito prefeito da capital paulista, o tucano foi apoiado pela Mundial. Agora, na busca pelo Palácio dos Bandeirantes, volta a pleitear o apoio dos evangélicos, ampliando também o coro por Alckmin.

Fechada, a reunião teria começado às 9 horas, na sede mundial da Igreja no Brás, centro de São Paulo. Pastores de todo o Estado chegavam com a bíblia nas mãos e desavisados sobre a pauta política da reunião. A Igreja não informou quantas pessoas participaram.

Com atuação em Campos do Jordão, pastor Paulo Lourenço de Souza se demonstrou surpreso ao saber que Alckmin e Doria participariam de uma "reunião administrativa" da Igreja. Questionado se aceitaria fazer campanha para a dupla tucana, respondeu que "não". "Dentro de igreja ninguém nem pode fazer campanha."

O pastor Felipe Sousa, de Piracicaba, também disse que não sabia que encontraria os políticos, mas considerou proveitoso o encontro caso alguma proposta boa fosse apresentada. "Tudo aquilo que acrescentar de positivo vai ser bom pra nós."

Pastor de Santos, Mauro Xavier era um dos poucos informados sobre a visita. "Nós queremos homens de Deus administrando nosso País. Homens que são voltados para a palavra e o bem-estar de todo o povo. E é por isso que esses dois políticos vão estar aqui nessa reunião, onde serão apresentados pelo nosso líder maior (Santiago)", disse.

Alckmin e Doria deixaram o local por volta das 10h15 sem falar com a imprensa. Alckmin embarca ainda nesta quinta para Petrolina, no Pernambuco. Doria cumpre agenda na capital.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018Geraldo AlckminJoão Doria JúniorReligião

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso