Moradores de Itu, que é abastecido pelo sistema Cantareira, enchem baldes com água em uma praça da cidade (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2014 às 21h30.
Araçatuba - Análises científicas feitas pela ONG Caminho das Águas e Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp) comprovaram que é imprópria para consumo humano a água coletada por moradores de Itu (SP) em bica de poço artesiano e reservatórios públicos espalhados por cinco pontos da cidade.
As amostras foram coletadas nos dias 29 de outubro e 4 de novembro em pontos públicos de distribuição, como as caixas de 20 mil litros distribuídas pela Defesa Civil e instaladas na Praça 14 Bis, Praça dos Exageros e Jardim Novo Itu.
Também foram coletadas amostras da bica do poço artesiano do bairro Santa Terezinha e do sistema de distribuição por bolsões do Centro de Lazer 1° De Maio.
O relatório cita a diarreia, a esquistossomose, o cólera e os vermes intestinais como as doenças mais comuns causadas pelo consumo de água contaminada
Segundo o relatório, as doenças, no entanto, podem ser evitadas com o tratamento adequado da água antes do consumo.
Os resultados dos exames feitos no laboratório da Ceunsp revelaram que 100% das amostras coletadas em 29 de outubro apresentaram contaminação por coliformes totais (resultante de decomposição orgânica), coliformes fecais e bactérias resistentes à temperatura.
"O resultado preliminar desta pesquisa aponta índices de 100% de contaminação bacteriológica (...) sendo inapropriada para consumo humano sem nenhum tipo de tratamento prévio, tais como o processo de fervura ou desinfecção da água com hipoclorito de sódio", diz o estudo.
O relatório cita a diarreia, a esquistossomose, o cólera e os vermes intestinais como as doenças mais comuns causadas pelo consumo de água contaminada, mas que "podem ser evitadas com o tratamento adequado da água recolhida nestes pontos de distribuição emergencial antes do consumo".
O responsável pelo monitoramento, Carlos Diego de Souza Rodrigues, esclarece que a intenção "não é analisar a água distribuída à população pela concessionária Águas de Itu", mas sim de mostrar que a água distribuída emergencialmente nesses pontos públicos pode chegar contaminada às casas dos moradores e que eles devem fazer o tratamento da água.