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Aécio diz que Brasil não precisa de Futebras

Candidato do PSDB à Presidência acusou o governo de "oportunismo" na discussão sobre o futuro do futebol brasileiro


	O candidato do PSB à Presidência, Aécio Neves
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

O candidato do PSB à Presidência, Aécio Neves (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 19h04.

Rio - Às vésperas do seu encerramento, a Copa do Mundo continua a ser o principal objeto de ataques na campanha eleitoral.

Nesta sexta-feira, 11, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, que cumpriu agenda no Rio, acusou o governo de "oportunismo" na discussão sobre o futuro do futebol brasileiro.

O tucano atacou a declaração do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defendeu maior interferência do Estado na gestão do futebol.

"O País não precisa da criação de uma 'Futebras'", disse Aécio, em referência aos nomes de grande parte das estatais brasileiras.

Depois da derrota do Brasil para a Alemanha pelo vergonhoso placar de 7 a 1, a presidente Dilma Rousseff defendeu "renovação" do futebol e criação de barreiras para evitar a "exportação" de jogadores.

Em seguida, outros integrantes do governo também passaram a pedir mudanças na administração dos clubes.

Em nota divulgada nesta sexta nas redes sociais, Aécio aproveitou para reforçar a crítica ao que considera excesso de intervenção estatal em diversos setores.

"O futebol brasileiro precisa, é claro, de uma profunda reformulação. Mas não é hora de oportunismo. Principalmente daqueles que estão no governo há 12 anos e nada fizeram para melhorá-lo. E nada pode ser pior do que a intervenção estatal. O país não precisa da criação de uma 'Futebras'. Precisa de profissionalismo, gestão, de uma Lei de Responsabilidade do Esporte. Com foco nos atletas, nos clubes e nos torcedores", disse Aécio.

O deputado tucano Otávio Leite (RJ) é relator da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que propõe o parcelamento das dívidas dos clubes em troca de modernização da gestão e punições para falta de transparência nas contas e atrasos nos pagamentos.

Na quinta-feira, 10, em campanha no Espírito Santo, Aécio afirmou que Dilma vai "pagar o preço" nas eleições por tentar "se apropriar" da Copa.

Na campanha do Rio, a Copa causa embaraço entre dois aliados, o candidato ao governo do Estado, Lindbergh Farias, do PT, e o candidato ao Senado na mesma chapa, ex-jogador e deputado Romário, do PSB.

Cabo eleitoral do candidato a presidente Eduardo Campos e crítico ferrenho do governo pela forma como atuou na organização da Copa e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Romário escreveu um longo desabafo depois da derrota brasileira, com críticas diretas a Dilma.

Lindbergh procurou tratar o tema com cautela, pois, ao mesmo tempo que é aliado e companheiro de partido da presidente Dilma, acusa o ex-governador Sérgio Cabral e seu sucessor, Luiz Fernando Pezão (PMDB), de terem feito obras apenas para a elite e esquecido os pobres.

A reforma do Maracanã estava orçada em R$ 705 milhões e saiu por quase o dobro do valor.

"Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa bandeira (...) nossos jogadores (...) Nunca tive o apoio da presidenta do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Que todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do governo federal no nosso futebol", escreveu Romário, lembrando que em 2012 defendeu a instalação de uma CPI da CBF.

Candidato do PR ao Palácio do Planalto, o ex-governador Anthony Garotinho, aliado da presidente, também tem destacado nas redes sociais a defesa que fez, como deputado, da abertura da CPI.

Por outro lado, Garotinho elogiou a atuação da Polícia Civil do Estado, que investigou e prendeu vários envolvidos no esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa.

O governador do Rio faz discurso semelhante ao da presidente Dilma, de exaltação ao "sucesso da Copa", sem o caos anunciado nos aeroportos, na comunicação e do transporte público.

"Eu sabia que tudo ia dar certo", repete Pezão, que também elogia a atuação da polícia no caso da máfia dos ingressos.

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