Base aliada se organiza em busca de quórum na Câmara
Com a denúncia aberta contra Temer, deputados governistas querem um mínimo de 51 deputados presentes para que conte prazo de tramitação na CCJ
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2017 às 06h23.
Última atualização em 7 de julho de 2017 às 08h23.
A sexta-feira será incomum na Câmara dos Deputados . A ordem na base aliada é permanecer em Brasília para garantir quórum para que haja sessão em um dia que é tradicionalmente de Plenário esvaziado.
Com a denúncia de corrupção passiva da Procuradoria-Geral da República aberta contra o presidente Michel Temer , deputados governistas querem um mínimo de 51 deputados federais presentes para que conte prazo de tramitação da peça na Comissão de Constituição e Justiça, que é de cinco sessões. A primeira foi nesta quinta-feira.
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Por contas feitas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o PMDB, partido do próprio presidente, deve levar 18 dos 63 parlamentares, depois de uma tarde de ligações do líder Baleia Rossi (SP) aos membros da bancada.
O PR disse que deve levar outros 12 deputados e o DEM, mais cinco. Na força-tarefa estão também os líderes Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), André Moura (PSC-SE) e Lelo Coimbra (PMDB-ES).
O rito de mobilização se repetirá na segunda-feira, um dia antes de quando os deputados chegam à cidade para trabalhar.
A pressa pode não adiantar. Com as regras estabelecidas pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), em que todos os 66 integrantes e suplentes da comissão poderão falar por 15 minutos e outros 40 deputados por 10 minutos cada, a fase de debates pode durar até o recesso parlamentar.
Seriam 40 horas de debates, divididos em várias sessões e, depois, apreciação do mérito da denúncia. De qualquer forma, o relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) se prepara para ler o relatório também na segunda-feira. Os primeiros indícios é que o deputado recomendará a admissibilidade da denúncia para levá-la ao Supremo.
Para quem já teve 380 parlamentares sob domínio, o governo agora se esforça para abrir sessões, pena para conseguir votos na CCJ e já surgem dúvidas sobre o desempenho em Plenário.
A surpresa é a distância do PSDB de todo esse processo. Enquanto o presidente interino do partido, Tasso Jereissati (PSDB-CE), diz que o desembarque está cada vez mais próximo, o líder na Câmara, Ricardo Trípoli (PSDB-SP) desobrigou os deputados de votar a favor de Temer. A aposta em Brasília é que, passada a reforma trabalhista, os tucanos dirão adeus.