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25 militares venezuelanos pediram e ganharam asilo na embaixada do Brasil

Informação foi confirmada pelo porta-voz da Presidência Otávio do Rêgo Barros; velocidade de escalada da situação na Venezuela surpreendeu governo do Brasil

Venezuela: Bolsonaro também disse que o Brasil está ao lado do povo da Venezuela e de Guaidó (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: Bolsonaro também disse que o Brasil está ao lado do povo da Venezuela e de Guaidó (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de abril de 2019 às 16h42.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 16h47.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que o Brasil acompanha "com bastante atenção" a situação na Venezuela e reafirma seu apoio à transição democrática que "se processa no país vizinho", num momento em que confrontos acontecem depois de o líder da oposição Juan Guaidó afirmar que tem o apoio de militares para derrubar o governo de Nicolás Maduro.

Bolsonaro também disse que o Brasil está ao lado do povo da Venezuela e de Guaidó.

"O Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processa no país vizinho. O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", escreveu o presidente no Twitter.

No início da tarde, em nota, o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, afirmou que o governo brasileiro garante o "irrestrito apoio" ao povo venezuelano.

"Exortamos todos os países, identificados com os ideais de liberdade, para que se coloquem ao lado do presidente encarregado Juan Guaidó na busca de uma solução que ponha fim na ditadura de Maduro, bem como restabeleça a normalidade institucional na Venezuela", diz o texto.

Mais cedo, Bolsonaro afirmou que o povo venezuelano é "escravizado por um ditador apoiado pelo PT, PSOL e alinhados ideológicos". "Apoiamos a liberdade desta nação irmã para que finalmente vivam uma verdadeira democracia", escreveu.

Bolsonaro se reuniu no início desta tarde com o vice-presidente Hamilton Mourão, e os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Fernando Azevedo (Defesa) para avaliar a situação no país vizinho.

A velocidade com que a situação na Venezuela escalou para o risco de um conflito surpreendeu o governo brasileiro, que avalia os riscos da situação entrar pela fronteira brasileira. A gestão Bolsonaro vinha acompanhando o aumento de deserções no país vizinho nos últimos dias, mas apenas entre militares de baixa patente.

Antes do encontro, Araújo afirmou ser positivo que exista um movimento de militares venezuelanos em apoio a Guaidó, mas disse que ainda aguarda mais informações para saber como está a situação na Venezuela e qual é a dimensão deste apoio.

"O Brasil, evidentemente, apoia o processo de transição democrática e espera que os militares venezuelanos sejam parte deste processo de transição democrática”, afirmou.

Araújo, alinhado com os filhos de Bolsonaro, defendia uma ação mais enfática em relação ao governo Maduro. No entanto, a posição dos militares é contrária a qualquer envolvimento direto do Brasil na crise venezuelana.

Nesta linha, Heleno, que também é general da reserva do Exército, disse que o Brasil não tem intenção de violar o preceito constitucional de não intervenção.

Em entrevista após a reunião com o presidente, Heleno disse que é difícil prever o que acontecerá na Venezuela e disse que o governo brasileiro não sabe a qualidade e a quantidade do apoio militar de que dispõe Guaidó.

O chefe do GSI disse também que a possibilidade de militares brasileiros se aproximarem de seus colegas venezuelanos é provável.

Em meio às crescentes tensões na Venezuela, 25 militares venezuelanos pediram e conseguiram asilo na embaixada do Brasil em Caracas, disse Rêgo Barros, acrescentando não ter mais detalhes sobre os militares que buscaram a representação diplomática brasileira.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que não participou da reunião, afirmou antes do término do encontro a jornalistas, em Brasília, que o Brasil ainda não tem definição sobre a Venezuela, mas "só observa e acolhe".

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