Vinte e quatro meios de comunicação brasileiros uniram forças para lutar contra as notícias falsas (Dado Galdieri/Bloomberg)
AFP
Publicado em 28 de junho de 2018 às 14h53.
Última atualização em 29 de junho de 2018 às 14h39.
Vinte e quatro meios de comunicação brasileiros, incluindo a AFP, uniram forças para lutar contra as notícias falsas ("fake news") que invadem a internet e as redes sociais com a aproximação da eleição presidencial de outubro.
"Comprova", o projeto colaborativo de verificação de rumores e informações, conta com participação, além da Agence France-Presse no Brasil, dos principais jornais, emissoras de televisão, rádios e sites do país, tais como Bandnews, Canal Futura, Correio do Povo, EXAME, Folha de São Paulo, Gazeta do Povo, Jornal do Comércio, Metro Brasil, Nexo Jornal, O Estado de São Paulo, Poder360, Revista Piauí, Rádio Bandeirantes, SBT, UOL e Veja.
Reunidos em São Paulo nesta quinta-feira, esses veículos anunciaram o lançamento do "Comprova" em 6 de agosto, sob a coordenação da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), com o apoio do Projor (Instituto para o Desenvolvimento Jornalismo ) e o suporte técnico e financeiro do Google e do Facebook.
Os jornalistas e redações envolvidos foram treinados nas ferramentas de verificação para "identificar e combater a desinformação na internet e técnicas sofisticadas (...) de manipulação" da opinião, explicaram essas mídias em um comunicado.
O "Comprova" vai se concentrar em informações que já foram amplamente compartilhadas ou são potencialmente virais, especialmente através da tecnologia móvel.
Os editores vão trabalhar juntos para desmistificar falsas informações e, depois, criarão textos, cards, infografias e vídeos curtos para distribuir os desmentidos em formatos acessíveis e compartilháveis.
Além disso, o "Comprova" receberá de usuários, através de uma conta especial do WhatsApp - com ao menos 120 milhões de usuários no Brasil e é um importante veículo de compartilhamento de "fake news" - informações consideradas suspeitas.
"O volume de conteúdo problemático circulando no Brasil é tão importante que uma única redação não daria conta", declarou Clare Wardle, diretora da First Draft, que está por trás do projeto.
"Ao treinar as redações e unir forças, acreditamos que essa iniciativa pode ter um impacto duradouro no Brasil".