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Secretário de Defesa dos EUA é acordado por tiroteio no Rio

James Mattis e sua equipe foram acordados de madrugada pelos tiros na comunidade do Chapéu Mangueira, no morro próximo ao seu hotel

James Mattis: "Fiquei triste ao ouvir isso, francamente" (Jim Watson/Pool/Reuters)

James Mattis: "Fiquei triste ao ouvir isso, francamente" (Jim Watson/Pool/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 18h52.

Última atualização em 14 de agosto de 2018 às 18h53.

Os tiroteios se tornaram uma triste sinfonia no Rio de Janeiro e nesta terça-feira (14) surpreenderam o próprio secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, em visita oficial no Brasil e que se hospedava em um hotel próximo à praia do Leme.

"Fiquei triste ao ouvir isso, francamente", confessou Mattis a repórteres que viajavam com ele no avião que o levava do Rio de Janeiro para Buenos Aires, na Argentina, onde continuará a sua viagem pela América Latina.

Segundo a imprensa local, o secretário de Defesa e sua equipe foram acordados de madrugada pelos tiros na comunidade do Chapéu Mangueira, no morro próximo ao seu hotel.

"Cada vez que escutamos tiros, a vida de alguém pode estar mudando para sempre", manifestou Mattis, afirmando que "os brasileiros estão lidando com isso, estão tentando acabar com isso".

A violência piorou no Rio e Janeiro depois dos Jogos Olímpicos de 2016, com tiroteios constantes entre facções rivais de traficantes de drogas e confrontos entre estes e a polícia nas comunidades, causando dezenas de mortes por balas perdidas.

O presidente Michel Temer decretou uma intervenção militar na área de segurança do Rio em fevereiro, mas segundo uma ONG, os tiroteios aumentaram quase 40% desde então, assim como a letalidade policial.

"Esse não é um problema único do Brasil. O Brasil sabe que tem um problema e eu mencionei isso nas minhas discussões. Temos o mesmo problema nos Estados Unidos e também o vi em Londres", manifestou Mattis.

O secretário de Defesa de Donald Trump chegou na segunda-feira a Brasília, onde se reuniu com seu contraparte brasileiro, Joaquim Silva e Luna, e nesta terça-feira deu uma entrevista em um escola militar do Rio.

"Existem algumas cidades na América que sabemos que têm este problema trágico também. Isso é o que acontece quando não conseguimos manter uma vigilância consensual, com a qual toda a comunidade ajude a polícia e seja capaz de manter elementos ilegais à margem", acrescentou o funcionário.

Além dos tiroteios no Chapéu Mangueira, nesta terça-feira foram registrados confrontos no Vidigal que obrigaram a fechar a Avenida Niemeyer.

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