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Produtor de cebola é investigado como origem de surto de bactéria do McDonald's

Investigação sobre surto de E. Coli em lanches do McDonald’s coloca em foco o fornecimento de cebolas e outros ingredientes frescos

Redes de fast-food revisam o uso de ingredientes frescos após surto de E. Coli. (Leandro Fonseca/Exame)

Redes de fast-food revisam o uso de ingredientes frescos após surto de E. Coli. (Leandro Fonseca/Exame)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 07h59.

Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 09h24.

O McDonald’s enfrenta uma crise após o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos identificar um surto de E. Coli associado ao sanduíche Quarteirão, um dos produtos mais populares da rede. Desde o início da semana, o CDC aponta que o lanche estaria relacionado a uma onda de contaminações que resultou em uma morte, 50 casos confirmados e 10 internações em pelo menos 10 estados americanos.

O incidente desencadeou uma investigação rigorosa, com foco na cadeia de fornecedores da empresa, que tenta identificar a fonte exata da contaminação. A cebola fresca em fatias, usada nos sanduíches, é atualmente o principal alvo das suspeitas. A Food and Drugs Administration (FDA), agência americana que regula o setor alimentício, confirmou estar conduzindo uma análise detalhada da Taylor Farms, grande fornecedora do produto para o McDonald's, como potencial origem do surto, de acordo com a NBC.

A rede estima que cerca de 1 milhão de unidades do Quarteirão foram vendidas entre 27 de setembro e 11 de outubro, período em que foram registrados os casos de contaminação. No entanto, as investigações continuam em andamento para determinar se o surto pode ter se originado em outra parte do processo de produção, incluindo a carne utilizada nos hambúrgueres, que provém de múltiplos fornecedores, como Tyson Foods e JBS.

A carne, no entanto, passa por um processo de cozimento que pode eliminar a bactéria, diminuindo as chances de que seja a causa primária da contaminação. Para que a carne fosse o vetor da infecção, teria que haver falhas na manipulação e preparo do alimento nas próprias unidades do McDonald’s.

Recall preventivo e impactos econômicos

Na quarta-feira, 23, a distribuidora US Foods emitiu um aviso de recall para seus clientes, recomendando a retirada das cebolas provenientes da unidade da Taylor Farms no Colorado. Segundo o McDonald's, a empresa tomou essa decisão após o foco inicial da investigação apontar para o uso do produto nos sanduíches. Outras redes de fast-food, como Taco Bell, Pizza Hut, KFC e Illegal Pete’s, também seguiram a medida e decidiram não utilizar cebola fresca em seus cardápios nas unidades do Colorado, como uma precaução adicional.

Em resposta à crise, o McDonald's anunciou a suspensão temporária do Quarteirão nos estabelecimentos afetados e parou de utilizar cebolas frescas em outros produtos. O presidente da rede de fast-food nos EUA, Joe Erlinger, em comunicado à NBC, afirmou: “Tomamos uma ação rápida para remover o Quarteirão do nosso cardápio para garantir a segurança de nossos clientes.” Erlinger também mencionou que, caso tenha havido algum produto contaminado, é provável que já tenha sido eliminado da cadeia de fornecimento. Em paralelo, a Taylor Farms declarou estar realizando uma análise própria e informou que o recall foi feito "por excesso de zelo," uma vez que, até então, não identificou evidências de contaminação em seus produtos.

Impactos no setor de fast food

A divulgação do surto pelo CDC teve impacto imediato nas ações do McDonald's. Na quarta-feira, 23 de outubro, as ações da rede registraram queda de aproximadamente 5%, resultando em uma perda de valor de mercado de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões), com o total da companhia recuando para US$ 214 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhões). A situação também incentivou outras grandes redes de fast-food a adotarem medidas preventivas e reforçarem protocolos de segurança em relação ao uso de ingredientes frescos, evidenciando a importância do controle rigoroso na cadeia de fornecimento alimentar para evitar crises de saúde pública.

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