EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Preços pagos ao produtor agropecuário recuam 13% no semestre

Queda é resultado do movimento baixista principalmente nos preços do algodão e pecuária

Produtor rural que usa tecnologia no campo, do pivô de irrigação a softwares de gestão (CNA/Senar/Divulgação)

Produtor rural que usa tecnologia no campo, do pivô de irrigação a softwares de gestão (CNA/Senar/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 15h30.

Os preços pagos aos produtores agropecuários registraram queda nominal de 13,3% no primeiro semestre desse ano, em relação ao mesmo período de 2022, segundo o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea).

A pressão sobre o IPPA/Cepea veio sobretudo do índice composto por grãos, que contempla de soja, milho, trigo, algodão e arroz. A categoria registrou baixa de 20% de janeiro a junho. Também os produtos da pecuária, cana e café remuneraram menos o produtor.

Leia também: "Fase crítica": CNSeg estima que subvenção ao seguro rural esgote já em agosto

A conjuntura internacional foi outro fator que contribuiu para o recuo no semestre. No período, os preços internacionais dos alimentos recuaram 16,2%, de acordo com o Índice da FAO, além de a taxa câmbio nominal ter encolhido 0,1%.

Produtos em queda

De janeiro a junho, frente ao semestre de 2022, o IPPA-Grãos/Cepea apresentou baixa nominal de 20,6%, influenciado pelas retrações observadas para algodão (-36,6%), milho (-19,8%), soja (-20,8%) e trigo (-17,2%).

O algodão, cuja queda foi a mais expressiva, é reflexo da dificuldade de os produtores chegarem a um acordo entre preço e qualidade para comprador e vendedor.

Leia também: Análise: queda da Selic marca divisão na diretoria do BC e Campos Neto faz gesto ao governo

Conforme explica o Cepea, o maior impasse esteve no desempenho das vendas, o que limitou as negociações. "Boa parte dos cotonicultores esteve afastada de novas negociações, diante do mercado baixista", indica o Cepea em relatório.

No caso do IPPA-Pecuária/Cepea, a queda nominal foi de 4,5% no primeiro semestre de 2023, refletindo as desvalorizações da arroba bovina (-18,8%) e do frango (-15,3%).

Ao final de junho, o indicador do boi gordo esboçou reação, com uma recuperação de 4,5% no mês. Ainda assim, o primeiro semestre se encerrou com os preços da arroba bovina em forte queda.

Isso se deve à oferta maior de animais para abate e à suspensão – de um mês – nos envios de carne bovina à China. "Essas desvalorizações mantiveram muitos pecuaristas em alerta ao longo desse período"

Quanto ao IPPA-Cana e Café/Cepea, a retração nominal foi de 8,8%, sendo influenciado pelos comportamentos dos preços da cana (-2,4%) e do café (-19,8%).

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaPreçosExame-AgroGrãosAlgodãopecuária

Mais de EXAME Agro

Aumento de custos, menos crédito e mais exportação: como o dólar alto afeta o agro brasileiro

Lei antidesmatamento da União Europeia avança para o Conselho Europeu

Cacau beira os US$ 12 mil e expectativa é de mais volatilidade em 2025

Os planos da maior marca de azeite da Itália para cair — de vez — no gosto do brasileiro em 2025