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Debate foi mediado pela jornalista Fabiane Stefano (à direita), editora de macroeconomia da EXAME. (Exame/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de abril de 2022 às 15h54.
Última atualização em 8 de abril de 2022 às 11h00.
Assim como em outras áreas do mercado de trabalho, as mulheres estão cada vez mais ocupando espaço no agronegócio. Apesar disso, alguns desafios ainda persistem, como machismo, oportunidades iguais, e encontrar um caminho dentro do campo. O tema foi o centro do debate do painel "Mulheres do Agro", que fechou o evento SuperAgro da EXAME, realizado nesta quinta-feira, 7.
Luciana Dalmagro, produtora rural e empreendedora, é a quinta geração de uma família de produtores e no começo tentou se distanciar do agronegócio, se formando em farmácia. Assim que decidiu focar no campo, há 12 anos, viu uma oportunidade de agregar ao negócio familiar dentro da área de sustentabilidade.
“O último Censo Agro mostra que a cada dez líderes do campo, duas são mulheres. E quando eu percorro fazendas, percebo que a mulher tem a liderança, mas quando pergunto, ela fala que é o pai, o marido, ou o irmão. Existe este machismo estrutural por não enxergar na mulher a capacidade de ocupar este posto”, diz.
Para quebrar este paradigma, Aline Maldonado Locks, CEO da Produzindo Certo, que também participou do debate, diz que a preparação é fundamental, antes de ocupar qualquer cargo. “Passei por todas as etapas em uma ONG até me tornar CEO”, lembra.
Luciana Dalmagro concorda com a opinião e ainda destaca que ter a figura de uma mentora ajuda neste processo. “É importante ter uma figura para a gente se apoiar, e que seja generosa por natureza. Eu encontrei o meu espaço, sem gerar competitividade, com algo que poderia agregar”, afirma.
A sigla ESG, tão importante nos dias atuais, também pode ser um caminho para aquelas mulheres que querem começar a trabalhar dentro do agronegócio. “É uma agenda fluida e nós mulheres temos essa tendência de olhar as coisas de uma forma sistêmica”, opina Luciana Dalmagro.
No mesmo sentido, Aline coloca a questão da sustentabilidade como algo primordial para o desenvolvimento do agro, e uma oportunidade de crescimento.
“Identificamos que muitos produtores não estão fazendo a coisa certa porque porque não sabem. Quando fazemos um diagnóstico socioambiental e depois acompanhamos o que está sendo feito na prática, temos uma média de 70% de ações realizadas, sem que elas representem necessariamente um ganho financeiro ao produtor”, diz.
Veja abaixo como foi o debate no SuperAgro: