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Agropecuária: no caso dos bovinos, por exemplo, selo da MSD Saúde Animal bebe de recomendações brasileiras da Embrapa (Lucas Ninno/Getty Images)
Carolina Riveira
Publicado em 4 de novembro de 2022 às 06h00.
Última atualização em 4 de novembro de 2022 às 11h02.
A MSD Saúde Animal, braço do grupo farmacêutico de mesmo nome, está lançando um selo de bem-estar animal para chancelar a produção de proteína no Brasil. A certificação poderá ser requisitada por propriedades de suínos, bovinos e aves, incluindo os frigoríficos — o objetivo é facilitar a comunicação com consumidores nacionais e internacionais.
O selo foi batizado de "Certificação em Bem-Estar Único – Missão de Cuidar", com auditoria feita pela QIMA/WQS, certificadora internacional que já é usada como referência no mercado agrícola, indústria e varejo de alimentos no Brasil. Os detalhes foram obtidos em primeira mão pela EXAME.
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A MSD Saúde Animal levou dois anos no desenvolvimento da certificação. Embora já existam uma série de certificações possíveis no mercado, o diferencial do novo selo, na visão dos desenvolvedores, é a adaptação ao clima tropical e a abrangência para todas as frentes de produção.
Não a toa: a adaptabilidade é ponto de debate acalorado entre produtores brasileiros no cumprimento de metas internacionais, em meio a questionamentos sobre muitas certificações renomadas não levarem em conta as peculiaridades locais.
"As certificações brasileiras devem conseguir entregar o nível de exigência europeu nessas questões, contudo, utilizando critérios adaptados às nossas realidades sociais, ambientais, econômicas, legais e produtivas", afirma Antony Luenenberg, coordenador de Bem-Estar Animal para Ruminantes da MSD Saúde Animal e um dos responsáveis pela condução do projeto.
"A certificação [lançada pela MSD] destaca-se por sua abrangência de critérios, adaptação à realidade brasileira e verificação por terceira parte renomada, além de ser aplicável a diferentes cadeias de produção de proteína animal", diz o executivo.
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Para os bovinos, por exemplo, a certificação buscou referências específicas na Embrapa, estatal brasileira de pesquisa em agropecuária, pelas peculiaridades da produção em clima tropical. Já as avaliações de outras espécies combinam tanto normativas nacionais quanto internacionais.
Todas as propriedades e frigoríficos do Brasil podem solicitar a certificação. As etapas envolvem uma avaliação inicial de profissionais da MSD Saúde Animal, que indicarão pontos de melhoria até que haja a etapa de auditoria e conquista do selo.
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Dentre os critérios, estão pontos de bem-estar direto dos animais (como qualidade da água, ração balanceada, vacinas, entre outros) e também frentes de impacto para seres humanos (se há cumprimento de legislação trabalhista, por exemplo) e meio-ambiente (como manejo de pastagens). São 150 critérios de avaliação utilizados.
A possibilidade de levar as melhores práticas de bem-estar animal a mais propriedades que ainda enfrentam desafio de se adaptar (ou sofrem para comunicar suas boas práticas já adotadas) era um dos principais objetivos da MSD no desenvolvimento do selo, segundo a empresa.
Filipe Dalla Costa, coordenador de Bem-Estar Animal para monogástricos da MSD Saúde Animal e também um dos responsáveis pelo projeto, aponta que uma certificação com essa abrangência "impacta a comunicação do setor, de como é produzida a proteína animal". "Nosso intuito é desenvolver soluções de valor para apoiar o sucesso do setor, e fazer parte dessa chancela de uma propriedade com bem-estar único é animador."
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