Exclusivo: Luxuoso jantar da Marfrig, em Dubai, é palco para novas metas contra desmatamento
A EXAME Agro foi convidada para estar no restaurante reservado a personalidades como Carlos Fávaro, ministro da Agricultura; Aloísio Mercadante, presidente do BNDES e a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira
Repórter de Agro
Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 06h06.
Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 11h11.
Dubai, Emirados Árabes - Na noite do sábado, 2, um restaurante reservado apenas a um grupo seleto, dentro de um luxuoso hotel em Dubai, foi palco para Marfrig Global Foods (MRFG3) anunciar a nova fase do Programa Verde+. A iniciativa tem o compromisso de estabelecer uma pecuária de baixo carbono, 100% rastreada e livre de desmatamento. A ocasião foi organizada nos Emirados Árabes devido à realização da COP28 .
A EXAME Agro esteve entre os convidados ao jantar, que contou com figuras ilustres como Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária; Aloísio Mercadante, presidente do BNDES; Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; e Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul. Além deles, membros da Cargill, MapBiomas, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), entre outros, circularam entre produtores, fornecedores e clientes – brasileiros e estrangeiros.
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Após ser lançado em julho de 2020,Programa Verde+ receberá novo aporte de R$ 100 milhões para acelerar as metas de controle na cadeia de fornecimento de gado, direta e indireta, até 2025.A meta inicial, incluindo todos os biomas, era 2030.
Marcos Molina, fundador, controlador e presidente do conselho da Marfrig, afirmou que conta com o governo federal para a rastreabilidade da cadeia de proteína animal, mas “a indústria tem o dever de puxar a barra para cima e liderar esta agenda”.
Com quase 4 mil fazendas incluídos no Programa Verde+ até o momento, o executivo defende que melhorar a genética do gado e levar assistência técnica a pequenos produtores são decisões que “certamente vão diminuindo a pressão por desmatamento”.
A companhia estima que no Brasil sejam 2,5 milhões de pecuaristas, sendo a maioria de pequenos produtores. Entre estes, de 60% a 70% são responsáveis pela criação dos bezerros, fase inicial da pecuária, segundo Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da Marfrig.
Para ele, genética e rastreabilidade são a prioridade da companhia, cujo controle da matéria-prima também passa pela necessidade de crédito ao pecuarista de menor porte. “Nosso compromisso público é de reduzir a rastreabilidade em cinco anos, para 2025. Para isso, é preciso pensar em atingir público desprovido de crédito”, afirmou.
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Paulo Pianez conta que parte do trabalho junto ao pecuarista é identificar um problema que possa haver no momento de fornecimento da matéria-prima, como embargo por regularização ambiental ou fundiária, e ajudá-lo a resolver. Assim, é possível ‘legalizar’ o fornecedor e inclui-lo na lista de fornecedores.
“A gente espera que esse approach seja adotado por toda a cadeia, não apenas na cadeia carne, mas também nos grãos”, afirmou o diretor de Sustentabilidade.