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Economia forte e menos poluição: como os brasileiros veem lei que impulsiona biocombustíveis no país

Levantamento também mostrou que 66% dos entrevistados ainda abastecem seus veículos principalmente com gasolina ou diesel

Os biocombustíveis desempenham um papel importante na redução das emissões de gases de efeito de estufa no setor dos transportes. (Tom Merton/Getty Images)

Os biocombustíveis desempenham um papel importante na redução das emissões de gases de efeito de estufa no setor dos transportes. (Tom Merton/Getty Images)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 16h27.

Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 16h32.

Uma pesquisa conduzida pela Nexus, empresa de pesquisa e inteligência de dados, divulgada nesta quinta-feira, 21, revelou que 69% dos brasileiros acreditam que o aumento da produção de biocombustíveis está diretamente relacionado ao crescimento econômico do país.

A percepção surge no contexto da aprovação da Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A legislação estabelece que o percentual de mistura de etanol na gasolina seja fixado em 27%, com o Poder Executivo podendo ajustá-lo entre 22% e 35%, conforme as condições de mercado. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18%.

No caso do biodiesel, a mistura atual de 14%, em vigor desde março deste ano, será aumentada gradualmente a partir de 2025, com acréscimos de 1 ponto percentual ao ano, até atingir 20% em 2030. A lei também promove incentivos ao diesel verde e ao combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês).

O estudo, realizado em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, revelou ainda que 71% dos entrevistados acreditam que a medida pode gerar mais empregos nas áreas rurais, incentivando a agricultura.

O levantamento, intitulado “Combustível e Energia Sustentáveis: A Visão dos Brasileiros”, também mostrou que, embora apoiem o uso de combustíveis menos poluentes, 66% dos entrevistados ainda abastecem seus veículos principalmente com gasolina ou diesel, enquanto apenas 29% utilizam etanol como combustível principal.

Quando questionados sobre opções de combustíveis limpos, 77% indicaram os carros elétricos como a melhor alternativa, seguidos pelo etanol (40%) e pelo gás natural veicular (GNV), com 33%.

O GNV, embora seja um combustível fóssil, é frequentemente usado como substituto da gasolina e do álcool em automóveis e alguns veículos comerciais leves.

Lei do Combustível do Futuro

Embora a aprovação da Lei do Combustível do Futuro não seja recente, uma pesquisa revelou que 51% dos brasileiros desconhecem o aumento dos limites de mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel, uma das principais diretrizes da nova legislação.

Após explicação, 66% dos entrevistados passaram a considerar a medida uma solução ambiental, destacando sua contribuição para a redução de emissões de gases poluentes.

O levantamento também apontou que 62% dos brasileiros acreditam que o projeto trará benefícios ao país, seja para o meio ambiente, para os consumidores ou para ambos.

Por outro lado, há divisão quanto aos possíveis impactos negativos: 45% temem um aumento nos preços dos combustíveis, 44% acreditam que a eficiência dos automóveis será reduzida e 43% apontam para possíveis danos ao motor dos veículos.

Além de alterar os percentuais de biocombustíveis na gasolina e no diesel, a nova lei inclui iniciativas como o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, o Programa Nacional de Diesel Verde e o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano.

A Nexus realizou entrevistas por telefone com 2.004 cidadãos com idade a partir de 16 anos, abrangendo as 27 Unidades da Federação (UFs). A margem de erro da amostra é de 2 pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95%.

A amostragem foi controlada com base em quotas de sexo, idade, escolaridade, região e condição do município. As entrevistas ocorreram entre os dias 2 e 7 de outubro de 2024.

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