Exame Logo

Como estão os preços da soja, do milho e do algodão?

Imea faz balanço sobre comportamento de mercados no Mato Grosso no decorrer do mês de março

Agricultor peneirando grãos de soja (Lucas Ninno/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de abril de 2023 às 12h15.

Última atualização em 11 de abril de 2023 às 12h56.

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou na segunda-feira, 10, novos relatórios sobre o comportamento de preços de soja, milho, boi gordo e algodão.

Na soja, o cenário é de vendas aceleradas para liberar espaço para o armazenamento do milho. Isso porque o volume de cereal deve chegar a 125,8 milhões de toneladas, segundo estimativa da Conab. Devido ao grande volume da produção disponível, o efeito é a redução de 8,32% no preço médio negociado para a soja, cotado em média a R$ 136,22 a saca.

Veja também

Segundo o Imea, há aumento das vendas antecipadas do milhoem função do bom desenvolvimento das lavouras e das previsões ao clima. Os preços recuaram 2,20% em relação a fevereiro, fechando o mês em R$ 54,82 a unidade de saca.

Em relação ao algodão, a avaliação do instituto é de que os cotonicultores estão segurando a venda das plumas já processadas aguardando preços mais atrativos no mercado global.

Também há queda dos preços do boi gordo em março, reflexo do período de embargo na produção de carne bovina com destino à China, após a confirmação do caso atípico de 'doença da vaca louca'.

Soja e a corrida às vendas

A comercialização da soja para a safra 22/23 avançou 8,59 pontos percentuais em março, devido à necessidade de liberar espaço para armazenagem, visto a aproximação da colheita do milho em Mato Grosso, prevista para iniciar no final de maio. Em meio à maior oferta do grão no mercado,  o preço médio negociado caiu 8,32% no comparativo com fevereiro, cotado em média a R$ 136,22 a unidade da saca. Para a safra futura 2023/24, que ainda será plantada, o preço médio negociado no Estado em março ficou estimado em R$ 126,20/sc.

O Imea faz a análise também do processo de esmagamento de soja, derivado destinado à produção de óleo. O esperado é que o ritmo de processamento aumente, devido à quebra de safra na Argentina por conta da seca histórica no país.

O atraso na colheita da soja diminuiu a disponibilidade do grão no mercado interno, influenciando diretamente o comportamento dos preços. Para os próximos meses é esperado que o ritmo do processamento da soja aumente em Mato Grosso, devido à quebra de safra na Argentina, por conta da seca histórica no país. O esmagamento da soja em Mato Grosso em março avançou 11,77% em relação ao mês anterior, o que significa volume atual de 977,38 mil toneladas, e a instabilidade da safra argentina pode abrir mercado para os produtos mato-grossenses.

Milho e a safra americana

As negociações para a safra de milho 22/23 avançaram 3,7 pontos percentuais em março, quando comparado ao mês anterior, o que significa 33,74% do total esperado da produção, que é de 125,8 milhões de toneladas, na estimativa da Conab. Na avaliação do Imea, o aumento das vendas antecipadas se deve ao fato de o "produtor estar mais voltado à comercialização, em função do bom desenvolvimento das lavouras e as previsões otimistas em relação ao clima".

No entanto, os preços em si recuaram 2,20% em relação a fevereiro, fechando o mês em R$ 54,82 a unidade de saca.  Esse movimento é pautado pelo atraso nas vendas dos insumos, que reflete nas negociações em forma de barter, queda no preço do milho, além dos produtores estarem mais voltado para as vendas da soja.

Segundo dados do Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA), a semeadura do milho da safra 23/24 atingiu 3% do total esperado das áreas até o início dessa semana, progresso que acompanha a média dos últimos cinco anos. Com isso, as condições climáticas serão fatores essenciais para o progresso da semeadura e definição da área no país, uma vez que o milho é concorrente direto das áreas de soja.

Assim, de acordo com as previsões divulgadas pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, em inglês), os próximos 30 dias podem ter chuvas dentro da normalidade, condição que viabiliza a projeção inicial do USDA de uma área plantada de 37,2 milhões de hectares para a temporada 23/24.

Algodão e consumo de fibra

O Imea observa uma mudança na conduta do produtor em aguardar preços mais atrativos para venderem as plumas, à medida que as negociações da safra 23/24 estão 14,22 pontos percentuais atrás do que foi registrado no mesmo período da safra 22/23, quando os preços da pluma encontravam-se em altos patamares.

De acordo com a avaliação do Imea, "esse cenário de menor avanço se deve à desvalorização nos preços da fibra. Além disso, as incertezas quanto à economia mundial têm afetado no consumo global da fibra, fator que tem limitado novas vendas no estado".

A semeadura da safra atual se encerrou no início de março em Mato Grosso, com menos de 60% da área total, estimada em 1,65 milhão de hectares. A expectativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é de que a produtividade fique em torno de 1.827 quilos por hectare em 2022/23.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioSojaMilhoAlgodãoExame-AgroAgricultura

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de EXAME Agro

Mais na Exame