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Churrasco mais caro: preços da carne bovina devem aumentar até o final do ano

Clima seco, a falta de chuvas e a ocorrência de queimadas em diversas regiões do Brasil têm elevado os preços da proteína

(Getty Images/Reprodução)
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 14h01.

Última atualização em 10 de outubro de 2024 às 14h20.

Os preços da carne bovina devem continuar altos até o final do ano, afirmou à EXAME Fernando Iglesisas, coordenador de Pecuária e Setor Carnes de SAFRAS & Mercado. Em setembro, os preços subiram 2,97%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o órgão, o clima seco , a falta de chuvas e a ocorrência de queimadas em diversas regiões do Brasil têm elevado os preços da proteína.

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“O atacado já apresenta altas consistentes, embora isso ainda não tenha impactado de forma significativa o varejo. No entanto, essa pressão nos preços deve se refletir em breve, afetando os padrões de consumo da população brasileira", disse Iglesias.

Entre os cortes, o contra-filé registrou a maior elevação no mês passado, com uma alta de 3,79%. Na sequência, a carne de porco, o patinho e a costela também apresentaram aumentos de cerca de 3%.

Em janeiro deste ano, a arroba do Boi Gordo estava em R$ 249,65, enquanto no mês passado encerrou em R$ 255,45, uma alta de 2,32%, de acordo com o indicador do Cepea.

“Ao iniciarmos outubro, observamos uma tendência bastante agressiva. Notamos altas explosivas nos preços da arroba do boi gordo em diversas regiões do país, de norte a sul, o que também está refletindo nos preços da carne", afirmou o analista.

Atendência de altapode gerar um impacto significativo nos hábitos de consumo, à medida que os consumidores buscam alternativas mais acessíveis para a proteína bovina, como a carne de frango e de porco, que também devem subir por causa desse aumento da demanda, estima Iglesias.

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O Cepea divulgou nesta quinta-feira, 10, que as exportações brasileiras de carne bovina in natura seguem aquecidas, contribuindo para manter o movimento de alta dos preços no mercado interno.

De janeiro a setembro, o volume total embarcado pelo Brasil cresceu 30% em relação ao mesmo período de 2023, conforme apontam dados da Secex, analisados pelo Cepea.

Além disso, a baixa oferta no mercado doméstico tem impulsionado as cotações, tanto em São Paulo quanto nas demais regiões pesquisadas pelo Cepea.

O tempo seco e a falta de pasto vêm interferindo no ganho de peso dos animais, que não atingem o volume necessário para o abate.

"Com a virada de ciclo do boi gordo, espera-se um menor abate de bovinos, o que resultará em uma disponibilidade reduzida de carne bovina no mercado brasileiro. Isso deverá levar a um cenário mais firme, com maior propensão a reajustes de preços”, acredita o analista da Safras & Mercado.

Os bois de cocho, criados em comedouros que mantêm a ração seca e limpa, que estão começando a sair neste segundo semestre, na maioria dos casos estão reservados nas escalas de frigoríficos para serem abatidos, segundo o Cepea.

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