Vice-presidente sírio reconhece erros do regime
Segundo ele, o Estado deveria ter repensado a militarização
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 08h14.
Beirute - O vice-presidente sírio, Farouk al Sharaa, reconheceu que o regime de seu país cometeu erros como a militarização do conflito, em entrevista publicada nesta segunda-feira em diário libanês "Al Ajbar" e adiantada ontem em trechos.
"Foi cometido um montão de erros por parte da Liga Árabe e do Estado (sírio). Este último deveria ter analisado os motivos pelos quais chegamos a essa crise, sobretudo sua militarização", afirmou Sharaa.
Admitiu que muitos dirigentes sírios "agiram inapropriadamente, o que levou ao fim do diálogo político e abriu as portas para a violência".
"Não podemos ignorar a situação econômica e política, assim como a necessidade de mudanças significativos nas instituições do Estado e seus organismos", acrescentou.
Segundo o político, "os problemas da Síria são vários e complicados, já que não é possível separar as ações militares da vida dos cidadãos. As coisas não podem voltar a como estavam antes, não há retorno".
Sharaa compartilha a opinião do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, para quem "as coisas vão de mal a pior", embora tenha considerado que enquanto o mediador "avança lenta e deliberadamente" a situação no terreno se movimenta de forma rápida e violenta.
Lamentou a oportunidade perdida no diálogo mantido em julho de 2011 para resolver a crise de um ponto de vista político no início, "mas as coisas não foram nessa direção, depois houve a "arabização" da crise a suspensão da Síria na Liga Árabe, sem nenhum tipo de justificativa ou razão convincente para os cidadãos sírios".
Para Sharaa, atualmente "a iniciativa de Genebra pode ser considerada como uma base sólida para a solução".
"Não exageramos quando dizemos que o fim da crise síria poderia preparar o caminho a uma atmosfera internacional que aborde as questões importantes pela via política em vez do confronto militar", declarou.
O vice-presidente se referiu aos acordos realizados pelo Grupo de Ação para a Síria em sua reunião de 30 de junho em Genebra, que estipulam a criação de um "órgão de transição governamental", com participação do governo de Bashar Al-Assad e os grupos da oposição para pacificar o país.
Do Grupo de Ação participam China, Rússia, Estados Unidos, França, Reino Unido, Turquia, a Liga Árabe, a ONU e a União Europeia.
Sharaa destacou que não tem uma resposta conclusiva para resolver o conflito, assim como o presidente Assad, "embora tenha em suas mãos as rédeas do poder no país. O que está acontecendo na Síria é cada vez mais complicado e complexo".
O vice-presidente é visto como um homem que aposta no consenso, por isso foi proposto por alguns países da região para substituir Assad à frente de um governo de transição.
Na mesma entrevista, Sharaa disse que nem as autoridades nem os rebeldes têm a capacidade de vencer na Síria, de acordo com os trechos divulgados ontem pelo "Al Ajbar".
Beirute - O vice-presidente sírio, Farouk al Sharaa, reconheceu que o regime de seu país cometeu erros como a militarização do conflito, em entrevista publicada nesta segunda-feira em diário libanês "Al Ajbar" e adiantada ontem em trechos.
"Foi cometido um montão de erros por parte da Liga Árabe e do Estado (sírio). Este último deveria ter analisado os motivos pelos quais chegamos a essa crise, sobretudo sua militarização", afirmou Sharaa.
Admitiu que muitos dirigentes sírios "agiram inapropriadamente, o que levou ao fim do diálogo político e abriu as portas para a violência".
"Não podemos ignorar a situação econômica e política, assim como a necessidade de mudanças significativos nas instituições do Estado e seus organismos", acrescentou.
Segundo o político, "os problemas da Síria são vários e complicados, já que não é possível separar as ações militares da vida dos cidadãos. As coisas não podem voltar a como estavam antes, não há retorno".
Sharaa compartilha a opinião do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, para quem "as coisas vão de mal a pior", embora tenha considerado que enquanto o mediador "avança lenta e deliberadamente" a situação no terreno se movimenta de forma rápida e violenta.
Lamentou a oportunidade perdida no diálogo mantido em julho de 2011 para resolver a crise de um ponto de vista político no início, "mas as coisas não foram nessa direção, depois houve a "arabização" da crise a suspensão da Síria na Liga Árabe, sem nenhum tipo de justificativa ou razão convincente para os cidadãos sírios".
Para Sharaa, atualmente "a iniciativa de Genebra pode ser considerada como uma base sólida para a solução".
"Não exageramos quando dizemos que o fim da crise síria poderia preparar o caminho a uma atmosfera internacional que aborde as questões importantes pela via política em vez do confronto militar", declarou.
O vice-presidente se referiu aos acordos realizados pelo Grupo de Ação para a Síria em sua reunião de 30 de junho em Genebra, que estipulam a criação de um "órgão de transição governamental", com participação do governo de Bashar Al-Assad e os grupos da oposição para pacificar o país.
Do Grupo de Ação participam China, Rússia, Estados Unidos, França, Reino Unido, Turquia, a Liga Árabe, a ONU e a União Europeia.
Sharaa destacou que não tem uma resposta conclusiva para resolver o conflito, assim como o presidente Assad, "embora tenha em suas mãos as rédeas do poder no país. O que está acontecendo na Síria é cada vez mais complicado e complexo".
O vice-presidente é visto como um homem que aposta no consenso, por isso foi proposto por alguns países da região para substituir Assad à frente de um governo de transição.
Na mesma entrevista, Sharaa disse que nem as autoridades nem os rebeldes têm a capacidade de vencer na Síria, de acordo com os trechos divulgados ontem pelo "Al Ajbar".