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Usar celular não dá câncer, diz estudo feito por 30 anos

Agora pelo menos da última delas você pode desencanar. Um grupo de pesquisadores australianos está cravando: o smartphone não vai danificar sua cabeça


	Vício em celular: foram 30 anos de pesquisa para poder chegar um resultado que eles consideram seguro
 (Thinkstock)

Vício em celular: foram 30 anos de pesquisa para poder chegar um resultado que eles consideram seguro (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 09h49.

"O Homem do Saco vai te pegar", "você pode acordar em uma banheira de gelo sem rim" e "usar celular causa câncer cerebral" estão todas no hall de frases em que você não acredita piamente, mas que, bem no fundo, dão um medinho.

Agora pelo menos da última delas você pode desencanar. Um grupo de pesquisadores australianos está cravando: o smartphone não vai danificar sua cabeça.

E a afirmação não é feita ao acaso. Foram 30 anos de pesquisa para poder chegar um resultado que eles consideram seguro.

O grupo de cientistas da Universidade de Sidney cruzou dados sobre a incidência de câncer cerebral registrada pelo governo local entre os anos de 1982 e 2013, com o número de usuários de telefones celulares desde 1987 (quando os telefones móveis chegaram à Austrália).

Foram quase 20 mil homens e mais de 14 mil mulheres analisadas, todos apontando que, não, a saúde deles não sofreu interferência da telefonia.

De acordo com o estudo, o registro de casos de câncer cerebral até chegou a aumentar nesse período - os homens tiveram 0,05% a mais de diagnósticos em 2013 do que no começo da pesquisa, as mulheres, por outro lado, se mantiveram estáveis.

Mas, ao comparar com dados ainda mais antigos, da década de 1970, os envolvidos perceberam que esse aumento começou a ocorrer justamente em 1982 - cinco anos antes do primeiro celular chegar à Austrália.

De acordo com os pesquisadores, o aumento, na verdade, se deu à um melhor diagnóstico da doença.

Foi justamente no começo dos anos 1980 que equipamentos tomográficos de melhor qualidade começaram a desembarcar na Oceania.

O estudo ainda calculou quantos casos da doença a população australiana teria se os aparelhos interferissem em algo.

Mesmo as previsões mais conservadoras acabaram frustradas (principalmente quando se pensa que o mesmo estudo apontou que 94% possuíam um celular).

"O número de casos esperados em 2012 era de 1.866, enquanto o montante registrado foi de 1.435 pacientes", afirmou Simon Chapman, professor de Saúde Pública da universidade e responsável pelo estudo.

Se você ainda não se convenceu, e acha que os casos ainda vão aparecer nos próximos anos, Simon insiste.

Os diagnósticos de câncer não aparecem em picos. "Nós vemos aumentos graduais em direção a um ponto máximo - que fica localizado, no máximo em 30 ou 40 anos (como é o caso do câncer de pulmão e de cigarro)". Pode jogar Candy Crush sem dor de cabeça.

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