Trump pode intensificar bloqueio a Huawei e ampliar liderança dos EUA em 5G e 6G, diz Eurasia Group
Política dos EUA para barrar fornecedores chineses em redes 5G pode ser intensificada se Trump vencer em 2024, com ênfase em acordos bilaterais
Repórter
Publicado em 27 de setembro de 2024 às 17h46.
Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 17h48.
A possível volta de Donald Trump à Casa Branca, em 2025, pode marcar uma retomada de esforços para manter os Estados Unidos à frente em tecnologias críticas, como as futuras redes 5G e 6G, afirma relatório da consultoria Eurasia Group. Trump tem o objetivo de barrar as ambições tecnológicas da China,impondo restrições a empresas chinesas como Huawei e ZTE.
Na sua primeira administração, o republicano lançou a iniciativa Clean Network, que visava pressionar países aliados a excluir fornecedores chineses de suas redes de telecomunicações. A política se manteve sob a administração Biden, embora em tom menos combativo. E mesmo com a entrada da Kamala Harris, os EUA devem seguir apoiando iniciativas para desenvolver redes alternativas como o Open RAN [/grifar] (redes de acesso por rádio abertas).
A reeleição de Trump, contudo, pode gerar fricções com aliados tradicionais dos EUA. Enquanto a gestão Biden priorizou o multilateralismo,o estilo unilateral de Trump poderia enfraquecer o engajamento com parceiros internacionais. Isso pode impactar a continuidade de grupos de cooperação como o Quad e o G7, que são vistos como essenciais na luta contra a expansão da Huawei. Para a Eurasia Group, o risco da saída de Trump de organizações multilaterais, como a ONU e a OCDE, poderia isolar ainda mais os EUA em questões globais de tecnologia.
Europa avança na eliminação gradual de equipamentos chineses
Países europeus também estão em movimento para restringir o uso de componentes da Huawei e ZTE em suas infraestruturas 5G. Recentemente, a Alemanha anunciou um cronograma para a retirada desses equipamentos até 2029, uma vitória para o setor de telecomunicações alemão, que não precisará realizar uma substituição completa e imediata dos componentes.
Ainda assim,a pressão da União Europeia deve acelerar o processo de exclusão de fornecedores chineses, embora muitos países, como Itália, Espanha e Polônia, ainda utilizem equipamentos da Huawei em suas redes.
Apesar disso, há países que permanecem resistentes às pressões americanas. Nações do Sul Global, incluindo Chile, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Cingapura, têm relutado em bloquear acordos com a Huawei, e enfrentam questões como encontrar um fornecedor abrangente e barato como o chinês.