Portland - Em fevereiro, seis alunos com botas de neve enfrentaram até 12 metros de neve para penetrar no coração da bacia American River.

Movendo-se através de florestas e campos densos, colocaram 90 máquinas do tamanho de iPhones, destinadas a medir tudo, da umidade do solo à temperatura e umidade relativa do ar, em polos de quase 5 metros que transferem dados para pesquisadores como Steven Glaser, um professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Com viagens adicionais neste verão, Glaser espera criar a maior rede de sensores do mundo, composta por 7.500 dispositivos que vão informar aos pesquisadores e agências governamentais, pela primeira vez em detalhes, quanta água a Califórnia tem em suas reservas – informação crucial para agricultores e planejadores estatais. A rede estará entre os maiores testes de um novo tipo de sensor: que sente tão bem como pensa, enquanto utiliza muito pouca energía. Uma bateria de célula D pode durar anos.

Os aparelhos de Glaser vêm equipados com silício da Linear Technology Corp. e Cypress Semiconductor Corp. que os transforma em minicomputadores.

Eles fazem parte de uma geração de sensores inteligentes, cujas vendas podem subir cerca de 10 por cento por ano e atingir US$ 6,9 bilhões em 2018, segundo a Transparency Market Research.

Ao contrário dos antecessores mudos que reuniam dados e passavam para um servidor central para analisar, estes dispositivos monitoram a qualidade de informações e realizam cálculos avançados.

"Cidades inteligentes, edifícios inteligentes, água inteligente", disse Susan Eustis, presidente da WinterGreen Research Inc. "Estão possibilitando um mundo de coisas e vão crescer incrivelmente rápido".

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O mercado de sensores integrados com processadores chegará a 2,8 trilhões de dispositivos em 2019, acima dos 65 milhões deste ano, de acordo com a WinterGreen. Alguns destes sensores podem ser do tamaño da cabeça de um alfinete.

Analogia do aplicativo

Um dos primeiros exemplos do potencial da indústria é Nest, o termostato que pode ser ajustado com um aplicativo móvel e entende suas preferências de temperatura. A Startup Colorado Micro Devices Inc. construiu um protótipo de sensor que notifica os proprietários se a porta está trancada através de um serviço de mensagens.

"Acho que a forma como todos os sensores vão funcionar será enorme", disse o Diretor Geral de Tecnologia Linear, Kris Pister. "Uma boa analogia é o telefone e os aplicativos. Há dez anos, ninguém sabia o que era um aplicativo".

Um dos motivos para o aumento é que está se tornando importante ter sensores que separem rapidamente os dados importantes antes de enviá-los a um servidor central.

"Estamos nadando em sensores, e nos afogando em dados", disse Dharmendra Modha, um investigador principal da IBM. "Os dados sensoriais estão crescendo a tal ritmo que nossa capacidade para dar sentido é altamente restrita".

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"Quanto mais se puder contar com redes de sensores para controlar alguns aspectos, mais eficiência haverá", disse Jonathan Collins, analista da ABI Research.

Sensores inteligentes

"Devido ao seu baixo consumo de energia e tamanho reduzido, o sensor se torna em computador", disse Modha. A IBM e seus parceiros têm mais de 50 pessoas trabalhando no projeto. Sensus, outro fabricante de sensores, planeja introduzir microcontroladores mais poderosos baseados em ARM para sensores, disse Randolph Wheatley, vice-presidente executivo de marketing corporativo da empresa.

"O que vemos é a necessidade de maior poder de processamento e de memória para armazenar mais dados, e uma necessidade de fazer isso de uma forma mais eficiente em termos de energia", disse ele. Um sensor que detecta um prédio usando mais água do que o habitual pode suspeitar de um vazamento e desligar a chave geral.

Espaços para estacionar

Streetline é a construção de sistemas de sensores inteligentes que usam microcontroladores da Texas Instruments Inc. que ajudam a gerenciar estacionamentos em 35 cidades. Aplicativos móveis interligados dizem aos clientes onde há espaços disponíveis para estacionar, e permitem que as cidades ajustem as taxas de estacionamento conforme a demanda.

"Ainda estamos nos estágios iniciais disso", disse Geoff Mulligan, presidente do grupo industrial Alliance IPSO, que se concentra em permitir a comunicação entre objetos inteligentes. Seus 60 membros incluem Oracle, Nokia Oyj e Cisco Systems Inc., que estão trabalhando com Streetline para instalar uma rede de sensores para monitorar lugares de estacionamento em seu campus.

"Ainda sequer concebemos as possibilidades de aplicativos para isso", disse Mulligan. "Estamos em um ponto crucial para que isso comece a explodir".