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Startups asiáticas em queda: novas empresas enfrentam pior trimestre desde 2015

Região vê queda de 24% no venture capital durante segundo trimestre de 2024, arrecadando apenas US$ 14,6 bilhões

Baixa histórica: startups asiáticas enfrentam pior trimestre desde 2015 (Getty Images)

Baixa histórica: startups asiáticas enfrentam pior trimestre desde 2015 (Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 12 de julho de 2024 às 10h49.

Última atualização em 12 de julho de 2024 às 10h51.

Apesar de uma leve retomada no cenário global de venture capital, a Ásia parece estar ficando para trás. A região sofreu seu pior trimestre desde o final de 2015, com startups asiáticas levantando apenas US$ 14,6 bilhões, uma queda de 24% em relação ao primeiro trimestre e de 32% ano a ano, segundo dados do Crunchbase.

Além disso, o volume de negócios na região continua a diminuir, com apenas 1.511 aportes anunciados no segundo trimestre. Esse número representa uma queda de 15% em relação ao primeiro trimestre e uma queda mais acentuada de 27% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ao contrário de outras regiões que viram rodadas de bilhões de dólares, a Ásia ficou de fora da febre dos grandes investimentos, embora houvesse alguns acordos no trimestre que ultrapassaram meio bilhão de dólares:

- A startup chinesa de veículos elétricos Hozon conseguiu uma rodada de financiamento de US$ 690 milhões.
- A startup indiana de entrega de mantimentos Zepto levantou US$ 665 milhões, dobrando sua valorização para US$ 3,6 bilhões.
- A empresa chinesa de semicondutores Unisoc, focada em chipsets para comunicações móveis e IoT, levantou aproximadamente US$ 552 milhões.

O volume de negócios também caiu, com apenas 134 rodadas de investimento em negócios que já estão em estágio avançado no segundo trimestre. Isso representa uma queda de 21% em relação ao primeiro trimestre e uma queda de 14% ano a ano.

A culpa é da China

Com a região é dominada por um player do tamanho da China, o seu mal desempenho joga a média para baixo. O financiamento de risco no país atingiu apenas US$ 6,9 bilhões, uma queda impressionante de 46% em relação ao primeiro trimestre e de 33% em relação ao segundo trimestre de 2023.

A Índia, de longe o segundo maior mercado de risco da região, viu US$ 3,4 bilhões em financiamento. Isso representa um aumento de 27% em relação ao primeiro trimestre, mas uma queda de 9% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

O que isso significa

Embora seja evidente que o pico de 2021 não poderia ser sustentado, parecia inevitável que a queda no volume de dólares se estabilizasse. No entanto, apesar de um breve alívio no meio do ano passado, o mercado continuou em reverso e parece estar voltando ao que era há uma década.

Nem mesmo a IA, a última febre entre todos os fundos de investimento, conseguiu salvar o mercado de risco asiático. Startups relacionadas à IA na região levantaram apenas cerca de US$ 2,5 bilhões, segundo dados do Crunchbase. Isso é uma ninharia quando comparado às startups focadas em IA na América do Norte, que arrecadaram US$ 16,8 bilhões no segundo trimestre.

Embora algumas empresas de IA, como a Zhipu AI da China e a 42dot da Coreia do Sul, tenham levantado grandes rodadas bem acima de nove dígitos, simplesmente não houve número suficiente delas.

As tensões comerciais e de investimento entre a China e o Ocidente, juntamente com a economia instável da região, não estão ajudando.

Recentemente, foi relatado que os IPOs na China continental levantaram apenas US$ 4,6 bilhões nos primeiros seis meses do ano, uma queda de 85% em relação ao primeiro semestre de 2023.

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