Tecnologia

Smartphones e notebooks podem ficar até 10% mais caros em 2026

Demanda por chips de memória e armazenamento para data centers de inteligência artificial pressiona fornecedores e ameaça dispositivos de consumo

Além do impacto direto nos eletrônicos, setores como automotivo, aeroespacial, defesa e industrial também podem ser afetados

Além do impacto direto nos eletrônicos, setores como automotivo, aeroespacial, defesa e industrial também podem ser afetados

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 11h24.

Dispositivos como smartphones e notebooks devem ficar significantemente mais caros a partir de 2026. O motivo é a alta demanda por componentes causada pela expansão da inteligência artificial, que vem pressionando a cadeia global de suprimentos de semicondutores.

Com investimentos bilionários em data centers voltados à IA, gigantes da tecnologia passaram a disputar também componentes usados em eletrônicos de consumo, como os SSDs – alternativa aos HDDs, hoje saturados, para armazenamento de dados. A escassez atinge ainda chips de memória, especialmente DRAM e LPDDR.

Nesse cenário, a Nvidia, que lidera o fornecimento de GPUs para IA, passou a utilizar em larga escala memórias LPDDR – tradicionalmente reservadas a smartphones premium, como os da Samsung e da Apple. A mudança representa um choque de demanda. “A Nvidia virou um cliente do porte de um grande fabricante de smartphones. Isso representa um abalo para a cadeia de suprimentos”, afirmou MS Hwang, da Counterpoint Research.

Segundo estimativas da consultoria, os preços de chips de memória devem subir até 30% no último trimestre de 2025, com novo aumento de 20% esperado para o início de 2026. Como esses componentes representam entre 10% e 25% do custo de produção de celulares e PCs, a alta pode resultar em reajustes de 5% a 10% no preço final.

Fabricantes já alertam para alta nos preços

A Xiaomi, terceira maior vendedora de celulares do mundo, já sinalizou um aumento “relevante” nos preços para o consumidor. A Dell classificou a alta dos custos como “sem precedentes”. Enquanto isso, a Lenovo está ampliando estoques em 50% para enfrentar a alta impulsionada pela IA.

Além do impacto direto nos eletrônicos, setores como automotivo, aeroespacial, defesa e industrial também podem ser afetados, já que dependem das mesmas fábricas de chips que agora priorizam atender a demanda relacionada com a IA.

Especialistas alertam que o problema pode durar entre dois e três anos. Isso porque a indústria de semicondutores, historicamente cautelosa, evitou expandir sua capacidade diante de projeções que pareciam otimistas demais e agora não consegue acompanhar a explosão da demanda.

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